Video Review – 007: A fase Roger Moore

17:00 Unknown 0 Comments



Tiozão. É a única palavra que vem na minha cabeça para descrever Roger Moore como James Bond. Diferente de Sean Connery, que mesmo rústico, parecia um gentleman, seu sucessor é aquele tio piadista que todos temos. Com a diferença que este é treinado e tem licença para matar.

O roteiro da fase privilegia o humor, e Moore abraça isso totalmente. Tanto que o ator não gostou de filmar uma cena de “Somente Para Seus Olhos” em que Bond joga o carro do vilão de um penhasco. Mas será que reclamou de ter que se vestir de palhaço em “Octopussy”?

Bom de piadas e bom de briga. Outro diferencial a Connery é a facilidade nas cenas de ação. Até as mais absurdas parecem plausíveis quando vividas por Roger Moore. Mesmo tendo ganhado o personagem com 46 anos. O que pesou, depois de 12 anos vivendo o personagem, foi que Bond envelheceu demais. É muito estranho ver o agente secreto com rugas para todos os lados (e olha que o ator parece ter feito um ou outro procedimento para disfarçar as marcas de expressão).


O clima bem humorado desta fase surge logo no primeiro filme, em cenas como a perseguição de lancha – que não usa nenhum tipo de CG! Aos poucos, porém, a zoeira vai aumentando, até chegar ao absurdo que é “007 Contra o Foguete da Morte”. Das situações inexplicáveis, parte para a comédia pastelão e termina insuportável. Os “melhores momentos” estão em destaque lá no vídeo acima.

Os números do filme em bilheteria foram bons, mas depois daquilo, só diminuíram – só conseguindo sucesso parecido já com Daniel Craig e “Cassino Royale”. Para tentar minimizar o estrago para a franquia, “Somente Para Seus Olhos” tem um clima mais sombrio e as melhores cenas de ação até o momento, mas parece ter ficado totalmente esquecido. A única coisa que merece destaque é o último momento do líder da Spectre, Ernst Stavro Blofeld, que é morto sem nem ter o nome mencionado, já que a produtora de Bond havia levado uma rasteira em um processo pelos direitos do personagem.

Sem Blofeld, a série apresenta um padrão de vilões que é utilizado durante toda a franquia: ricos, com planos excêntricos, e superficiais. O único que ganha um pouco de destaque é Francisco Scaramanga, o homem da pistola de ouro, naquele que foi o filme mais frustrante para mim. Não que seja ruim. Não é. Tem um dos melhores últimos atos. Mas em geral, não é bom. E as expectativas, porém, eram grandes.


Os capangas, por outro lado, roubam a cena. Além de Jaws, que ganhou um tópico especial no vídeo, a série mostra um gigante com gancho em “Viva e Deixe Morrer”, Nick Nack, o anão ajudante de Scaramanga em “Contra o Homem da Pistola de Ouro”, e até mesmo a modelo Grace Jones (!).

Esta fase não economiza nas homenagens a sucessos da época. Em “O Espião Que me Amava”, além de batizar o capanga de Jaws, o filme tem uma sequência sensacional, em que o Lotus submarino de Bond sai do mar, assim como em “Tubarão”, de Steven Spielberg. “Star Wars” é a inspiração de “Contra o Foguete da Morte” e “Octopussy” contém vários elementos de “Indiana Jones”.

A trilha sonora, que já havia sido lembrada no post sobre a fase Sean Connery, merece destaque mais uma vez. Entre as músicas temas temos Carly Simon, Shirley Bassey, Duran Duran, e a melhor de todas, “Live And Let Die”, de Paul McCartney.


É uma fase polêmica. Os filmes têm bons momentos, mas em geral, são fracos. O personagem, por outro lado, é sensacional. Pode não ser o meu Bond favorito, mas é o cara que eu queria que fosse o meu tio.

O melhor: “O Espião Que me Amava”, de 1977.

O pior: “007 Contra o Foguete da Morte”, de 1979.

Fique ligado

Na próxima quarta é a vez das fases George Lazenby e Timothy Dalton, com review em texto e vídeo!

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