A volta de The Walking Dead
De tanto morder a língua ao elogiar/criticar uma série por um episódio, prefiro esperar o fim da temporada ou o encerramento de ganchos para poder comentar, mas esse retorno de “The Walking Dead” vale uma exceção. “First Time Again”, primeiro episódio do sexto ano soube trabalhar bem os eventos da season finale anterior e encaminhar o novo arco.
Para começar, o que mais chamou a atenção nos pouco mais
de 60 minutos foi a mudança na estrutura narrativa, trabalhando com flashbacks.
Mas a forma como isso foi feito é o diferencial. Primeiro, ao invés de começar
no ponto em que a temporada anterior havia acabado, o roteiro dá um salto
temporal. O que deveria ser presente, já havia virado passado.
Para completar, os flashbacks foram mostrados em ótimas
cenas em preto e branco. Uma maneira de não deixar dúvida do que é presente ou
passado, que ao mesmo tempo, não menospreza a inteligência do espectador.
Nas últimas cenas do quinto ano, Rick, que já
havia tido um surto em Alexandria, avisa que vai fazer com que os
moradores fiquem fortes para aguentar as dificuldades deste novo mundo. O
xerife está pronto para a vida em sociedade, desde que seja do jeito dele. E a
primeira atitude é a execução de um plano para desviar os walkers da
comunidade.
Obviamente nem todos os moradores de Alexandria engoliram
bem a história dos novatos que mal entraram e já querem sentar na janela. A trama
para eliminar Rick, porém, durou poucos minutos. A surpresa foi ver o protagonista
sabendo controlar o seu monstro interior, já que há várias temporadas ele mata
primeiro e pergunta depois. Fora que o ator Andrew Lincoln já avisou que
o personagem não irá levar desaforo para casa.
O mais esperado, porém, foi a interação entre Rick e Morgan.
Tivemos poucos, mas bons momentos entre os personagens, como a inversão de
papeis, mais uma vez, e quando o segundo percebe que não conhece o xerife tão bem
assim. Já o tão falado conflito entre os dois ficou para a próxima.
O episódio também soube jogar boas piadas e frases de
efeito, como quando Morgan questiona Michonne se ela havia roubado doces
dele no primeiro encontro dos dois ou no momento em que Rick nega que o padre
Gabriel ajude na missão (impossível assistir sem falar um “toma trouxa”). Carol,
continuando seu personagem cínico dentro de Alexandria, sempre oferece boas
cenas, mas Morgan deve desmascará-la logo logo.
Dos protagonistas, Glenn, Abraham e Sasha
tiveram mais destaque. O coreano, com um papel de liderança cada vez maior,
aceitou Nicholas no grupo, apesar de todos os eventos do quinto ano.
Sasha, que parecia que estava com os dias contados antes
mesmo da morte de Tyreese, parece ter ganhado uma sobrevida na série, sem
esquecer que enquanto os outros querem ficar em segurança, ela precisa da
adrenalina. Mesma coisa de Abraham, cada vez mais badass, mas que parece
perder o controle, afinal, ele não tem mais um motivo para seguir, já que a missão
para encontrar a cura da doença era uma mentira e eles haviam encontrado uma
comunidade. Mesmo assim, um dia eu ainda terei um bigode igual o dele!
Dos novos personagens, Carter conseguiu sobreviver
após ameaçar Rick, mas morreu em seguida, com uma mordidinha na bochecha – prevejo
casais traumatizados com isso desde então. Heath, por outro lado, entrou
mostrando que será importante. Aliás, gostei bastante do fato de jogaram ele na
trama rapidamente, ao invés de apresentar aos poucos.
Daryl, que ainda tenta encontrar seu lugar no
mundo, só abriu a boca para falar “Rick”. Já Carl, que nesta altura do
campeonato já deve estar com quase dois metros de altura, apareceu por poucos
segundos, só para ganhar o cachê.
E no final? Cada um deve ter soltado um palavrão diferente
no momento em que a buzina tocou. A pergunta que fica é: Quem foi o son of a
bitch que fez isso? Os Wolves? Padre Gabriel?
Das teorias, a minha favorita é que foi alguém de dentro
de Alexandria, como Deanna ou Maggie, para avisar de que eles
estariam sendo invadidos pelos Wolves. Mas só no domingo para confirmar.
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