Digimon Adventure Tri: o acerto da Toei

08:15 Unknown 0 Comments



Essa frase já virou um clichê aqui no blog, mas vale a repetição: poucas coisas são tão fortes quanto a nostalgia. E a indústria de entretenimento já entendeu isso há tempos. É só ir no cinema e ver a quantidade de continuações ou remakes. Na televisão é a mesma coisa. Tanto nos Estados Unidos quanto no outro lado do mundo.

Lá na terra do sol nascente, a Toei Animation não cansa de ressuscitar clássicos. Foi assim com a nova versão de "Sailor Moon", com a continuação de "Dragon Ball" (já comentada aqui) ou com uma história de "Saint Seiya", dedicada aos cavaleiros de ouro (leia o review aqui). Infelizmente, em todos os casos, o resultado final não foi dos melhores. Seja pelas tramas rasas ou pela animação fraquíssima. E era isso o que todos temiam com a nova série de "Digimon". Mas desta vez, as notícias são boas.

Para comemorar os 15 anos da franquia, a produtora apostou na série clássica, que já havia sido fechada com o final de "Digimon Adventure 02". Na ocasião, a trama dá um salto de 25 anos, mostrando o destino de cada um dos personagens e a revelação de o digimundo passou a ser visitado por todos os humanos e cada um tem o seu monstrinho. Podia ser algum filler qualquer, como em "Dragon Ball Super", mas a Toei preparou um roteiro inteligente, que respeita os antigos fãs e a própria história, sendo um complemento muito bem vindo.


Comercialmente, "Digimon" pode ter menos apelo que as três séries citadas acima, mas ganhou destaque de carro chefe, tamanho capricho com toda a produção. Aliás, é preciso destacar que a Toei soube manter todo o hype. Do anúncio até o primeiro trailer, foram nove meses de espera. Lançou pistas aos poucos, mas sempre o suficiente para elevar as expectativas.

A espera chegou ao fim no último dia 20, com o lançamento de "Reunion", uma sequência de quatro episódios, que marca a primeira das seis partes de "Digimon Adventure Tri". A base da história é simples. Seis anos após o fim da série clássica (três depois da fase 02), alguém está infectando os monstros no mundo virtual. Enquanto isso, na Terra, distorções eletrônicas abrem portais para que as criaturas possam passar - o que causa caos e destruição.

Ao lançar quatro episódios simultaneamente, a Toei pode trabalhar a história de maneira calma, sem atropelar o roteiro. Tanto que o primeiro capítulo é focado apenas nos personagens, que assim como a audiência, mudaram desde aquelas primeiras aventuras, lá nos anos 2000, mas não esqueceram o que passaram. Seja em uma terra virtual ou na frente da televisão.

O melhor momento, porém, é o reencontro dos personagens (e nosso também) com os digimon. Os mais emotivos podem até derramar uma lágrima no momento em que Agumon surge para salvar Taichi, ou nas sequências de digivolução (simples, mas muito bonitas).

Ponto mais questionado nas outras produções da Toei, a animação de "Digimon Adventure Tri" é impecável. Muito melhor, inclusive, que o último filme de "Dragon Ball". A trilha sonora também merece destaque, por trazer as canções originais, com uma nova roupagem.



É uma produção feita com esmero, que cuida até de detalhes que poderiam passar despercebidos, como o fato de de que Takeru e Hikari possuem digivices diferentes (por terem participado da fase 02). O visual dos digimon também está mais agressivo, levando em consideração que o público-alvo tem mais de 20 anos.

Em quatro episódios, "Digimon Adventure Tri" ganha até o mais exigente dos fãs, ao apresentar uma história mais madura, e ao mesmo tempo relevante, com uma animação de primeira, e com mistérios que prendem. Também mostra que mais do que uma fórmula, o roteiro é feito de personagens, que confirmam ter uma profundidade rara neste tipo de produção. O único ponto ruim é que a espera será grande até a próxima parte, que só será lançada em março de 2016.

A primeira parte de "Digimon Adventure Tri" está disponível no Crunchyroll, porém, apenas para assinantes premium. A partir do dia 27, vai ser liberado para todos.

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