A sexta temporada de The Walking Dead até então...

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Quase. Assim pode ser definida a primeira metade da sexta temporada de “The Walking Dead”. A série teve a oportunidade de sair do lugar comum, de dar um avanço significativo na história e entrar no rol das grandes produções da atualidade. Mas insistiu, mais uma vez, em ficar no quase.

Ao contrário do início da quinta temporada, quando estava estabelecido um gancho angustiante, com a batalha em Terminus, no sexto ano, um novo arco é estabelecido. E ele agrada já no primeiro episódio, com o plano de Rick para afastar os zumbis de Alexandria, deixando bem claro que a partir deste ponto, a vida em comunidade marcará a tônica da série.

O primeiro episódio, aliás, é um dos grandes da série, sem nem precisar de grandes sequências de ação. Apostando em uma estrutura narrativa diferente (comentada neste post), “First Time Again” era o presságio do que poderia ser uma ótima temporada.

Presságio que parecia se tornar realidade com “JSS”, o segundo episódio, que foca em Alexandria e o ataque dos Wolves na comunidade. Além de toda a tensão causada pelas inúmeras mortes de moradores, era evidenciado o conflito que estava por vir entre Morgan e Carol. De um lado, o homem que não matava. De outro, a mulher capaz dos atos mais frios para cuidar dos seus. Acho que a grande maioria estava do lado dela.

Naquela altura do campeonato, cada episódio focava em um grupo de personagens. Era a vez de Michonne, Glenn e outros moradores de Alexandria, ainda em reflexo ao fim da season premiere. “Thank You” era apenas mais um episódio até a cena que quase derrubou a internet.


Em resumo, caso alguém não lembre: Cercado por zumbis, Glenn vê Nicholas (que já devia ter perecido na temporada passada) dar um tiro na própria cabeça, e bom samaritano como é, tentou evitar a queda do covarde. Resultado? O coreano é comido pelos mortos-vivos. Para a audiência, o pânico foi geral, afinal, como assim um dos personagens principais morria desta maneira? E aquela tão esperada cena, prometida para o final da temporada, como ficaria?

O suspense funcionou por uma semana. Até chegarmos a “Here’s Not Here”. Acredito que todos estavam esperando um flashback do Morgan (inclusive citei isso neste vídeo, com as expectativas para a temporada). Mas não queríamos naquele momento. Não daquele jeito. Por mais corajoso e interessante que tenha sido o episódio, a audiência estava mais interessada em saber o destino do ex-entregador de pizza.

Passou uma, passou duas semanas, e nada. O mistério foi postergado de forma que qualquer final fosse frustrante. Se Glenn tivesse morrido, teria sido ruim, afinal, não fazia sentido um personagem tão importante se despedir daquela maneira. Se estivesse vivo, todo o suspense teria sido por nada, senão em uma tentativa desesperada de prender a audiência.

Apoiaram toda a força do início da sexta temporada em cima disso, e quando vemos o flashback, com o coreano escapando ileso de uma situação impossível, é difícil não pensar que fomos todos feitos de bobos.

Desde a quarta temporada, com o último ataque do Governador, a morte de Hershel e a separação dos sobreviventes, a mid-season finale é garantia de grandes momentos. Na quinta temporada, quando tudo se encaminhava para um raro momento feliz, Beth leva um tiro na cabeça.


Desta vez, após uma sequência fraca, graças ao “morreu ou não morreu?”, as expectativas eram altas, pois tínhamos um gancho forte. Afinal, é impossível ver a torre caindo em Alexandria, com centenas de zumbis invadindo o lugar na sequência, e não pensar: “deu merda”!

E deu merda? Quase. Ficou tudo no quase. Depois de 75 episódios, é difícil se surpreender com mais uma invasão de walkers. Um final morno. Ao invés de amarrar algumas pontas (para poder criar novas), deixou tudo exatamente no mesmo lugar. Michonne, Daryl e Maggie continuam quase como figurantes. Outros que chegaram nesta temporada foram esquecidos. Se não fosse o conflito entre Carol e Morgan, não teríamos nada. E deste arco sim, podemos esperar muita merda pela frente.

Quando me dei conta, o episódio acabou, sem ter mostrado nada. A primeira metade da temporada terminou sem ter mostrado nada. Foi essa a reação, quando surgiram os créditos, que duraram tempo suficiente para reclamar no Whatsapp com os amigos em outros estados.


Mas, conforme já escrevi em outros posts sobre “The Walking Dead”, esta é uma série de pequenas recompensas. Era um final extremamente frustrante, até a cena extra, onde vemos Daryl, Abraham e Sasha emboscados pela gangue de um tal de... Negan


Um presente para os fãs dos quadrinhos, que (mais uma vez) esquecem os (muitos) erros e contam os dias para o retorno. Apesar de tudo, esses caras sabem o que fazem. Ou quase.

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