A volta de Dragon Ball

17:48 Unknown 0 Comments



Poucas coisas são mais fortes que a nostalgia. Não tem outra maneira de explicar o motivo de tantos marmanjos deixaram os filhos em casa e lotaram salas de cinema para assistir “Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário” (e voltarem decepcionados). Junte um grupo de profissionais. Médicos, advogados, empresários, jornalistas. Depois faça com que falem sobre Dragon Ball. Disney Cruj. Jaspion. Doug. Pronto, você verá olhos brilhando. É querendo renovar o público, mas sem nunca esquecer do pessoal mais velho, que as produtoras, seja do Japão ou dos Estados Unidos, vivem uma espécie de febre oitentista. 

O último capítulo ocorreu na manhã de hoje, quando a Toei Animation anunciou uma nova produção de Dragon Ball para a televisão. Quase duas décadas depois, o anime volta com uma série supervisionada pelo próprio Akira Toriyama, que não participou da fase GT. A primeira reação de toda a internet (e minha também) foi de festa – ainda mais porque eu conferi a notícia enquanto assistia o Goku lutando contra Piccolo no DB clássico, em uma das reprises do Tooncast. Mas será que essa volta vai valer a pena? 

Para a Toei vai. Sem dúvida. A empresa vai poder vender ainda mais bonecos, jogos, DVDs, Blu-rays, camisetas, canecas e todo tipo de quinquilharia. Mas e para os fãs que esperam que a produção original seja respeitada? 

Com Cavaleiros do Zodíaco tivemos a mesma situação. Ganhou série e filme para buscar uma nova geração de espectadores e arrancar um dinheiro da antiga. Conseguiu apenas a segunda parte, já que Saint Seiya Omega, que deveria ser uma continuação da saga clássica, foi execrado pela maioria dos fãs, seja pela animação, esquisitíssima, ou pelo roteiro, que ofende tudo que foi feito nos anos 80.


A mesma coisa pode ser dita sobre “A Lenda do Santuário”. O filme tentou resgatar novos fãs, mas parece que só serviu para afugentar os antigos. Eu sabia que não podia esperar que adaptassem os 73 episódios da saga clássica em uma hora e meia. Mas também não precisava transformar o Máscara da Morte no Jack Sparrow durante um musical da Disney (confira no video) e nem Saga em um monstro gigante. 


Comercialmente, ambos cumpriram bem seus papeis. Mas, mesmo assim, a Toei sentiu a necessidade de reconquistar o fã antigo. Afinal, é ele que paga fortunas por um Cloth Myth. E O que fez? Lança uma série apenas com os cavaleiros de ouro. Se os dois primeiros episódios não são um primor de qualidade (a animação ainda compromete), pelo menos aproveitam justamente o fator nostalgia, pois lida com alguns dos personagens mais carismáticos. 

Se DB vai muito bem com os produtos derivados (seja com diversas linhas de brinquedos ou com os milhares de jogos para todos os consoles), as produções recentes não deixaram a melhor das impressões. 

Começando com Dragon Ball Kai, que deveria ser o recomeço de tudo. O anime clássico, com número reduzido de episódios e remasterizado. Mas não deu certo. Os cortes não melhoraram o ritmo do roteiro e a animação é a mesma do original. A única coisa em HD é a abertura. Mas fez sucesso. Tanto que ganhou uma nova temporada com a saga Boo, que ficou fora da primeira exibição, que começou em 2009. 


Os brasileiros, porém, não devem sentir tanta falta do remake. Péssimos horários de exibição e alteração no elenco de dubladores (Vegeta sem a voz de Alfredo Rollo não funciona) fizeram com que Dragon Ball Kai ficasse esquecido (inclusive pela Playarte, que parece ter desistido de lançar os DVDs). 

A alta definição só surgiu no universo de Dragon Ball com “A Batalha dos Deuses”, filme lançado em 2013 e que trazia os personagens clássicos, com uma história que integra o cânone da série (os eventos sucedem a luta com Majin Boo). Serviu para mostrar que o universo é cheio de seres mais fortes que Goku, uma nova transformação, uma hora de piadas (fracas), alguns poucos minutos de luta. E só. Tinha uma grande potencial, mas terminou como uma brincadeira.


O filme, porém, foi um sucesso. Tanto que ganhou uma continuação (em exibição no Japão) que apelou para o retorno de Freeza, o vilão mais carismático da série. E também já inventaram uma transformação para a transformação de Super Saiyajin Deus (!). 

O que resta agora é torcer que a o novo Dragon Ball chegue para somar, e não apenas para subtrair. No caso, o dinheiro dos fãs.

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Vingadores: Era de Ultron - Review

16:30 Unknown 0 Comments



Como boa produção da Disney, “Vingadores: Era de Ultron” é um conto de fadas. A história do Pinóquio que se rebelou contra Gepeto e decidiu destruir toda a humanidade. Assim pode ser resumido o filme que em meia semana arrecadou mais de 200 milhões de dólares sem nem ao menos ter estreado nos Estados Unidos. 

Para quem ainda não assistiu: é bom? Muito. Cinema pipoca da melhor qualidade. Supera o primeiro? Sim. É o melhor da Marvel? Talvez. É difícil comparar um filme solo com uma reunião de astros, que precisam de atenção dividida. Mas Joss Whedon soube não apenas destacar cada um dos heróis, como também, os homens por trás das fantasias. 

Humanização é o grande trunfo do filme, e atende pelo nome de Clint Barton (Jeremy Renner). O Gavião Arqueiro é o elo entre o espectador e o supergrupo. Apesar do treinamento na SHIELD, ele não tem poderes e nem um traje tecnológico. Mesmo assim, sabe da importância para a equipe e não recusa o trabalho, por mais sujo que seja. Agradou tanto que merecia uma produção própria. Que tal uma série pelo Netflix? 


Outro acerto é mostrar a evolução dos personagens. Tudo que eles fizeram nos filmes anteriores os levaram até ali. Da armadura de lata, Tony é dono de um exercito de homens de ferro. Porém, o ego ocasiona os eventos com Ultron. No meio de um super soldado e um deus, Stark sabe que se não fosse por ele, não teria vitória na batalha de Nova Iorque do primeiro “Vingadores”. 


O super soldado e o deus estão apagados. Capitão lidera, entra em conflito com o Homem de Ferro, mas não passa disso. Já Thor é o responsável pela descoberta que deve desencadear a maior batalha dos Vingadores, mas chama mais atenção pelas piadinhas com o martelo. 

Quem ganha espaço – e que fez muito bem ao filme – é o gigante esmeralda. Por mais que não entrasse em batalha, Hulk já faria os fãs felizes pelo carisma. Mas ele luta. E muito – Tony Stark que diga. Porém, a principal atenção dele no roteiro é a relação entre Bruce Banner e a Viúva Negra. É um casal, que por incrível que pareça, faz sentido, para a alegria da audiência shipper. Os novos personagens também têm bons momentos. 


Os gêmeos Maximoff possuem motivações compreensíveis para lutarem contra os Vingadores – e ainda mais para mudarem de lado. Se falta a Pietro (Aaron Taylor-Johnson), a plasticidade do Mercúrio de “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido”, sobra personalidade. Da amargura de um possível vilão, se torna um herói no melhor sentido da palavra. Já Wanda (Elizabeth Olsen) mostra-se a mais poderosa do grupo, mas a impressão que fica, é que ela deve ser melhor utilizada nos próximos filmes. 


Por fim, mas não menos importante, Ultron e Visão. Ligados desde o início, os dois surgem do sonho (distorcido), de Tony Stark, de um mundo melhor. O andróide interpretado por Paul Bettany é espetacular. Poderosíssimo e dono dos melhores diálogos durante as quase duas horas e meia de filme. O mais incrível é que Whedon soube utilizar o visual clássico do personagem, colorido, sem ficar ridículo. Pelo contrário, sobra estilo ao Visão

Já o vilão que dá nome ao filme me decepcionou. Ultron cai no mesmo problema de Loki. Falta foco ao personagem, que não tem suas motivações claras em nenhum momento. Além disso, a expectativa era de um robô quase invencível. Não era. Ele não aparenta ser uma ameaça aos protagonistas, como era, por exemplo, Ronan, em “Guardiões da Galáxia”. 


Não vejo “Era de Ultron” como um filme que tenta ser grandioso apenas para superar o antecessor. Ele é melhor que o primeiro “Vingadores” em todos os sentidos. O roteiro é mais conciso. Os personagens são bem trabalhados. E é bem humorado, mas sem aquele excesso de piadinhas desnecessárias. 

A falha dele está justamente nas expectativas que gerou. Todas as grandes cenas estão nos trailers. Então nada surpreende. Inclusive os motivos para tais acontecimentos pareciam que seriam mais fortes nas prévias. Mas daí, a culpa talvez seja nossa, e não da Marvel. 

Com o fim de mais uma reunião de heróis, está tudo pronto para os dois eventos mais importantes do universo da editora/produtora: a Guerra Civil e a Guerra Infinita. E antes disso, ainda teremos o fim da fase 2 com “Homem-Formiga”, em julho. Ou seja, Marvel não faltará!

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Cinemito comenta – Vingadores: Era de Ultron

16:51 Unknown 0 Comments


Nota do editor A estante é pequena, mas sempre tem espaço para o que é bom. Por isso, os amigos do Cinemito, assumem o teclado para falar do filme da semana (ainda é cedo para dizer que é o filme do ano). O Thiago, atrasado, só deve pegar a sessão de sábado, por isso, a outra crítica fica para o domingo. 




Três anos se passaram desde o primeiro “Vingadores”, e durante esse tempo, podemos acompanhar Tony Stark enfrentando traumas causados pela batalha de NY em “Homem de Ferro 3”, Thor mais uma vez salvando a Terra em “O Mundo Sombrio”, e o Capitão tendo que lutar contra seu amigo Bucky e a queda da SHIELD em “O Soldado Invernal”. Ou seja, tivemos diversas oportunidades de conhecer melhor esses personagens e suas histórias. Por isso “Era de Ultron” não perde tempo com apresentações e já começa partindo para a ação com o grupo invadindo uma base da Hydra para recuperar o cetro de Loki.

Com o objeto em mãos, Tony Stark e Bruce Banner planejam criar um ser próximo da perfeição, que os ajudaria a trazer a paz mundial. Mas tudo sai fora de controle. Com isso, surge Ultron, que logo se mostra uma ameaça muito maior do que foi Loki (que, vamos ser sinceros, o filho de Odin ameaçou, fez discursos de super vilão, e no final acabou derrotado com meia dúzia de porradas do Hulk).



Mas Ultron não está sozinho. Com ele estão os gêmeos Wanda (Feiticeira Escarlate) e Pietro (Mercúrio). Por questões legais, eles não são mais mutantes, e sim "aprimorados'', mas se destacam desde o início. A super velocidade de Mercúrio não gera uma cena tão interessante quanto aquela de “X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido”, mesmo assim, ele tem bons momentos, principalmente junto com o Gavião Arqueiro. Mas é a Feiticeira Escarlate o grande destaque do filme. Incrivelmente poderosa, ela é responsável por desequilibrar mentalmente os Vingadores, fazendo-os encarar seus maiores medos.

Personagens coadjuvantes voltam (uns mais, outros menos importantes). Não vamos dizer quem e quando, para não estragar a surpresar (ok, talvez não seja ''oh, que surpresa'', mas é legal ver um personagem meio inesperado aparecer do nada). E tem, claro, o surgimento do Visão. O personagem chega com estilo e não decepciona. Além de ter um ótimo diálogo sobre a humanidade.



Esta sequência é um filme bem diferente do primeiro “Vingadores”. Há um maior desenvolvimento dos personagens. Entendemos melhor seus pensamentos, suas motivações, conhecemos mais o passado de alguns, a família de outros, como Laura Barton (Linda Cardellini, que para quem não reconheceu, fez a Velma nos filmes do “Scooby-Doo”) e também já vemos alguns indícios de Guerra Civil. E o principal: todos os heróis tem seu momento de destaque. Ninguém é esquecido. Não se preocupe, o filme não é “Homem de Ferro & Amigos”.

Mas não pense que por causa disso falte ação. Isso tem aos montes. A cena inicial, Hulk x Hulkbuster, Capitão x Ultron, a batalha final... Com certeza fazem valer o ingresso e não vão decepcionar ninguém.



Vingadores: Era de Ultron” anda dividindo opiniões, e acredito que os realizadores já previam isso. Talvez não seja o filme que muitos esperavam, mas era o filme que a Marvel precisava no momento. Era a história que precisava ser contada, pois tudo vai repercutir muito no universo cinematográfico da empresa, seja na Guerra Civil, seja no Pantera Negra ou até, quem sabe, em “Guardiões da Galáxia 2”...

Enfim, se você ainda não assistiu, pode ir no cinema sem medo, por que vai se divertir, vai ver uma história interessante e, na pior das hipóteses, é sempre bom ver o Hulk esmagando os vilões.

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Colecionar e gastar pouco. É possível?

19:05 Unknown 3 Comments


Thiago's Collection: o orgulho do pai

De todos os hobbies, colecionar é um dos mais caros. Independente do objeto escolhido. Ainda mais no Brasil. O meu, no caso, são aqueles disquinhos com capas legais, com filmes dentro deles. Sejam DVDs, ou, principalmente, Blu-ray.

Sinto muito orgulho da minha coleção, que ganhou um espaço modulado no escritório só para poder exibir tudo para mim mesmo. Mas, sei que perto de muitos (muitos mesmo), meu hobby parece coisa de criança. Tenho até medo de fazer as contas de quanto eu já gastei com filmes. Mas sei que é trocado perto do que os colecionadores hardcore investem.

Por causa disso, se fala muito na divisão entre colecionadores de filmes x colecionadores de edições. Os primeiros, querem as obras na estante. Já os outros, visam a qualidade. Podem ter várias versões diferentes dos lançamentos do mesmo filme.

Coleção de "Game of Thrones" espetacular do leobzrra, do HTForum

Por questões financeiras, faço parte do primeiro grupo. Se possível, quero ter a melhor edição possível do filme que eu gosto. Mas mais do que isso, quero ter o filme que eu gosto. E desta forma, é possível colecionar, sem pagar absurdos.

O primeiro passo é ficar ligado nas promoções dos sites. Toda hora aparecem ofertas do tipo dois Blu-ray por R$ 29,90. A queridinha da vez é da Saraiva, com cinco títulos por R$ 89,90 (válidos tanto nas lojas físicas quanto na virtual), o que dá uma média de R$ 17,98 por filme.

Outra alternativa, é caçar filmes usados. É cada vez mais comum ver locadoras vendendo filmes. Aqui no Sul de Santa Catarina, os DVDs custam, em média, R$ 5, enquanto os Blu-ray estão entre R$ 10 e R$ 20.

Quem quer economizar ainda mais, tem que ficar ligado nas distribuidoras, como a Zero Vídeo, de Porto Alegre. Eu visitava muito o lugar quando tinha meus 10 anos, na época que comprava VHS (o tempo passa, mas o espírito de colecionador não muda). Encontrei a página no Facebook por acaso, e de cara, uma promoção de Blu-ray por R$ 5. Menos que uma locação.

Resultado da visita à distribuidora

Peguei a lista, e selecionei 23 filmes. Depositei o dinheiro e busquei os Blu-ray uma semana depois, e estavam preparados me esperando. Se eu comprasse o mesmo número de filmes na promoção da Saraiva, pagaria 413,54. Ali, custaram R$ 115.

O preço normal dos Blu-ray lá, fora da promoção, é R$ 9,90, para os 2D, e R$ 19,90 os 3D. E tem muita coisa boa (por exemplo, peguei “Killer Joe”, que está difícil de achar, por menos de R$ 10, fora o DVD de “A Viagem de Chihiro”, praticamente zerado, por R$ 4,90).

A Zero Video, em Porto Alegre

Quem compra filme usado sabe que embora o disco esteja em boas condições (principalmente os Blu-ray, que são mais resistentes a riscos), as capas costumam apresentar marcas de uso. No meu caso, não me incomoda. É só comprar um estojo novo, e problema resolvido. Como diria o “poeta”, lavou tá novo!

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Bloodline - Review

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Família. Algumas são grandes, outras pequenas. Umas são ricas, outras pobres. Mas uma coisa é comum. Todas tem segredos. E é esse o grande tema de Bloodline, série exclusiva do Netflix, produzida por Glenn Kessler, Todd A. Kessler e Daniel Zelman (o trio responsável por Damages). 

Na minha fila de séries, Bloodline nem aparecia. Porém, os bons trailers (principalmente o do vídeo abaixo, com o cover de "Nothing Else Matters", do Metallica) e a presença de Kyle Chandler (vencedor do Emmy por Friday Night Lights e um dos meus atores favoritos) me fizeram abrir esta exceção. 


Bloodline conta a história dos Rayburn, família da Flórida, dona de uma pousada nos Keys, uma região de ilhotas a cerca de 250 quilômetros de Miami. Para a comunidade, eles são um exemplo. O típico comercial de margarina. Até que o retorno do filho mais velho, Danny (Ben Mendelsohn), a ovelha negra, acende a chama que irá queimar tudo. 

Não é preciso mais do que o piloto para ver que de perfeita, a família não tem nada. Em 13 episódios, são revelados todos os segredos dos Rayburn, o que explica os seus comportamentos e as motivações para cada personagem ser como é, culminando em um desfecho sombrio. 

Para quem assistiu Damages, a estrutura narrativa de Bloodline é bastante familiar. O roteiro utiliza muitos flashbacks e flashforwards. Os primeiros são para explicar as atitudes dos personagens. Já o futuro é responsável pelo mistério da série, sendo a principal artimanha para prender o espectador. 

O problema é justamente a comparação com Damages. Bloodline não tem um personagem com a força de Patty Hewes para levar o show sozinho. O mistério cria expectativas altas, o que pode decepcionar muita gente na hora da revelação. 

Mas se falta força para os personagens, sobra ao elenco, principalmente Mendelsohn. O australiano de 46 anos rouba todas as cenas. No início, mostra um Danny frágil, como um cachorro perdido. Mas conforme o roteiro avança, quando descobrimos que ele é uma "vítima" da família perfeita, a ovelha negra mostra outra face, que garante os melhores diálogos da série, e, espero, algum prêmio na estante do ator. 

No outro lado da balança está John, o segundo filho mais velho, interpretado por Chandler. Como verdadeiro líder da família, o policial tem que lidar com a volta do irmão e segurar toda a barra. Expressiva e sentimental, a interpretação também merece alguma indicação. 

Danny (Mendelsohn) e John (Chandler) carregam o show nas costas

A seleção de atores é caprichada, desde os pais (Sissy Spacek, de Carrie, a Estranha, e Sam Shepard, de O Dossiê Pelicano), até aos outros irmãos (Linda Cardellini, de ER, e Norbert Leo Butz, destaque no teatro, vencedor do prêmio Tony), passando pelo elenco de apoio, que tem nomes como Jacinda Barrett (Poseidon), Enrique Murciano (Without a Trace) e Chloë Sevigny (Big Love). Porém, falta profundidade aos personagens, que parecem não passar de peças no tabuleiro de Danny. 

Na minha opinião, um erro foi decidir estender a história. Os 13 episódios fechariam a trama de maneira satisfatória. A confirmação de uma segunda temporada não precisava significar a obrigatoriedade de seguirmos com os Rayburn, podendo ter o mesmo rumo de American Horror Story e True Detective (histórias fechadas a cada ano), mas com o tema "família". Porém, o trio de criadores preferiu continuar, o que pode transformar uma boa premissa em uma novela (da maneira mais pejorativa) 

Também acho que faltou timing para o lançamento da série. O Netflix colocou Bloodline no ar pouco tempo depois da (aguardada) terceira temporada de House of Cards, e pouco tempo antes da estreia de Demolidor. Com isso, parece que a saga da família Rayburn não recebeu a atenção que deveria. Nem do público e nem da crítica.



Você vai gostar se: Quiser conferir grandes atuações. Mendelsohn e Chandler estão espetaculares. Se existe justiça, serão lembrados na temporada de premiações. É uma série linda, com ótima fotografia (as paisagens da Florida ajudam bastante). É recomendada para quem gostou de Damages, mas não espere a mesma densidade. 

Fique longe se: Você não gosta de longos diálogos. Bloodline é um drama muita fala e pouca ação (não é  uma falha, e sim uma característica). Também falta profundidade ao elenco de apoio. No geral, a série promete muito, mas fica sempre no quase. 

Termino o primeiro ano sem expectativas para a segunda temporada. Espero que o Netflix cuide bem deste filho, caso contrário, aquela que prometia ser a grande produção de 2015, vai terminar na segunda divisão do serviço de streaming

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Welcome to Westeros (ou faça como eu e dê uma chance a Game of Thrones)

15:13 Unknown 0 Comments



Desde 2011 (e cada vez mais a cada ano que passava), eu era marginalizado. Era só dizer que nunca havia assistido Game of Thrones, que as pessoas me olhavam como se eu estivesse admitindo um crime. A internet só falava nos Stark (na época eu só conhecia o Tony, aquele da “roupa” de ferro), em dragões e em um tal de casamento vermelho. Até eu me render. E ver que eles estavam com a razão.

Em um mês percorremos toda Westeros. Nos apaixonamos por personagens. Choramos suas mortes (e questionamos o sadismo do George R. R. Martin ao fazer isso). Aprendemos a odiar outros (e também torcemos pelo fim trágico deles). Aprendemos a falar o alto valiriano e o dothraki. Desejamos dragões e o trono de ferro. E descobrimos o sofrimento que é esperar até a próxima temporada.

Começar não foi fácil. Primeiro, porque era uma série da HBO (um dia eu explico a minha implicância com o canal que é “mais que TV”). Depois, porque esse clima de castelos e batalhas nunca me fez a cabeça. Mas eu sabia que os box com as temporadas eram lindos. E no fim do ano passado, apareceram em promoção. Com uma esposa à procura de um presente de Natal, aproveitei a deixa.

O objeto que deu início a tudo

Mas antes, surgiu a seguinte condição: “Você vai ter que assistir”. Para que as caixas pudessem ir para a minha estante, teriam que passar pelo player. E o “sacrifício” valeu a pena.

Qualidades não faltam à série. A parte técnica é impecável. Figurino e maquiagem são espetaculares, não devendo nada a qualquer produção indicada ao Oscar nestas categorias.

As locações impressionam. Seja nas geleiras da região da Muralha, em Winterfell, King’s Landing ou um simples bosque, Westeros parece existir. E tem a função de um personagem na trama.

A história surpreende. Não apenas pelas (muitas) reviravoltas, mas, principalmente, por conseguir ser dinâmica, apesar de ter um ritmo lento. Parece contraditório. E é. Em quatro temporadas ocorrem milhões de acontecimentos. E mesmo assim, a trama anda pouco.


Enquanto uns gostam das batalhas, a série me conquistou pelos personagens. É difícil não se admirar com o caráter de Ned Stark, com a inteligência de Tyrion Lannister, ou então, é impossível não odiar o pivetinho chato Joffrey Baratheon. Não existe nem bom e nem mau. Todos ali têm os motivos para defender o reino ou então lutar pelo trono, o que garante tantas reviravoltas.

Como fã de lado B’s, tenho personagens favoritos um tanto quanto diferentes da maioria. Enquanto as moças ficam com olhos brilhando ao ver o Jon Snow, e rapazes suspiram com a Daenerys Targaryen, eu admiro a coragem e liderança do Robb Stark, e a redenção de Jaime Lanninster, apesar de alguns desvios no caminho (culpa do roteiro, que modificou o livro).

Essas linhas pouco conseguem expressar o quanto a série conquistou a Angelica e eu. E felizmente, a estreia pela quinta temporada chegou ao fim. Para o primeiro episódio, chamado “The Wars to Come”, a HBO liberou o sinal para todas as operadoras. Ou seja, domingo, às 22h, todo mundo vai estar ligadinho na frente da TV.

Valar Morghulis!

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Olá, mundo

18:00 Unknown 0 Comments


É com muita satisfação que eu encerro uma “pausa” de quase seis anos para voltar a escrever sobre aquilo que eu gosto. Desde que fechei os outros blogs que eu tive, sinto falta de compartilhar minha impressão sobre filmes, séries, músicas, games, enfim, tudo aquilo que consome todo o (pouco) tempo livre.

Quem me conhece, já sabe que eu posso ficar divagando durante horas sobre cultura pop. Para quem não faz ideia de quem eu sou, vale uma pequena apresentação. Me chamo Thiago Oliveira. Sou jornalista formado e coordenador de redação do Jornal Diário de Notícias, de Criciúma (SC).

Sou casado com a moça que escreve no Angelica Brunatto e no Comidas e Viagens. E de tanto postar nestes blogs, ela acabou plantando uma sementinha, que dá frutos neste momento.

Um apaixonado por cinema desde que ganhou uma pilha de edições da Revista Set, lá do meio dos anos 90. Louco por televisão desde sempre, mas a maluquice chegou a outro nível depois que Jack Bauer mostrou o quanto um cara pode se ferrar em apenas 24 horas.



Alguém que gosta de todos os tipos de jogos, mas nunca tira o futebol de dentro do console (seja com no Super Nintendo ou no PS4). E com um iPod que toca do pop de Michael Jackson, ao Black Album do Metallica (e que está com Calvin Harris em modo repeat).

E no meio de tudo isto, me descobri um colecionador, que deixa de tomar um sorvete no fim de semana, só para sobrar um trocado e comprar aquele filme que eu gosto.

E é por isso que esse espaço é chamado de “Estante do Thiago”, já que eu posso discutir tanto o que está sobre, na mídia física, quanto o que tem dentro dela.

Espero que todos gostem. Assine o feed e fique ligado nas atualizações.

Até a próxima!

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