Video Review – 007: A fase Daniel Craig
Em outros reviews em falei em atores que eram
controversos como James Bond, mas
nenhum deles se compara a Daniel Craig.
Para uns, o melhor desde Sean Connery
(ou até mais que o precursor). Para outros, ele devia cumprir a promessa e
cortar os pulsos, para nunca mais ter que vestir o traje do agente secreto. Eu
mesmo tenho opiniões meio contraditórias sobre a versão do inglês para o
personagem.
Gosto muito deste novo 007 dentro do gênero cinema de ação, já que ele bebe da mesma fonte
de ícones dos anos 2000 como Jason
Bourne, da franquia Bourne, e Jack
Bauer, de "24 Horas".
Ele bate em todo mundo. Pratica parkour. Usa todo o tipo de armas. Mas pensando
bem, isso não é muito James Bond, não é mesmo?
O 007 de Craig é outro personagem. É um cara que não tem
aquela sutileza dos clássicos. Pode vestir o mais elegante dos ternos, usar o
mais caro dos relógios e dirigir o melhor dos Aston Martin’s, que ele continua com aquele jeito de brucutu. Piora
para o cara não ser bonito. No quesito aparência, ele não chega perto dos
antecessores. Pode até ser charmoso para alguns (o que eu questiono), mas falta
aquele estilo dos clássicos, quando nem explosões, jacarés ou foguetes
estragavam o penteado dele.
Este Bond, por outro lado, é um cara mais viril, que
trouxe outra cara para o personagem. E encaixou bem pelo fato de ser um reboot,
já que não faria o menor sentido continuar de onde Pierce Brosnan parou. E cá entre nós, que recomeço.
Querendo ou não, depois de 20 filmes, a franquia estava repetitiva
e cansada. Este reinício deu um novo gás, começando com a mais clássica das
histórias de Ian Fleming e que nunca havia ganhado as telonas na mitologia
oficial. “Cassino Royale” é um
grande filme (grande mesmo, tem quase duas horas e meia), e possui tanto os
bons elementos de Bond quanto do cinema de ação.
Em “Quantum of
Solace”, tivemos uma situação inédita na série: a continuação. Desde os
anos 60, os filmes funcionam de maneira independente. Mesmo com elementos da
mitologia soltos em vários deles, era possível assistir um ou outro sem nenhum
problema. E o longa de 2008 começa onde “Cassino Royale” para, com uma busca
por vingança que se transforma em outra coisa – com elementos do que é a
Spectre. Pena que essa outra coisa não convence.
Bond pega uma briga que não é a dele, e isso toma o foco do que deveria ser uma trama mais pessoal. Por isso, quase todo mundo faz questão de dizer que o filme é horrível. Não é. A história é fraca, mas por conta disso, não se estende, deixando o resultado final melhor que vários outros da série (e no quesito ação, dá um baile na maioria dos filmes da época).
Por fim, "Skyfall" abre um novo arco e abraça de vez o reboot, com as chegadas de Moneypenny (se eu conhecesse a personagem clássica antes, a surpresa seria bem mais interessante) e Q, em uma versão totalmente diferente do que aquela apresentada pelo Desmond Llewelyn.
É um filme poético, esteticamente lindo, com um roteiro muito bem amarrado. Um filmaço. Mas que não me prendeu como deveria. Mas vale destacar alguns pontos, como o vilão, interpretado por Javier Bardem, que mostra ser um dos mais perigosos da franquia, mas que tem um plano singelo, de vingança; o adeus de Judi Dench, mais uma vez fantástica como M; e o novo dono da sigla, interpretado por Ralph Fiennes, que parece resgatar o clima clássico - e que deve dar as caras em "Spectre".
O melhor: “Cassino Royale”, de 2006.
O pior: “Quantum of Solace”, de 2008.
0 comentários: