A sexta temporada de The Walking Dead até então...

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Quase. Assim pode ser definida a primeira metade da sexta temporada de “The Walking Dead”. A série teve a oportunidade de sair do lugar comum, de dar um avanço significativo na história e entrar no rol das grandes produções da atualidade. Mas insistiu, mais uma vez, em ficar no quase.

Ao contrário do início da quinta temporada, quando estava estabelecido um gancho angustiante, com a batalha em Terminus, no sexto ano, um novo arco é estabelecido. E ele agrada já no primeiro episódio, com o plano de Rick para afastar os zumbis de Alexandria, deixando bem claro que a partir deste ponto, a vida em comunidade marcará a tônica da série.

O primeiro episódio, aliás, é um dos grandes da série, sem nem precisar de grandes sequências de ação. Apostando em uma estrutura narrativa diferente (comentada neste post), “First Time Again” era o presságio do que poderia ser uma ótima temporada.

Presságio que parecia se tornar realidade com “JSS”, o segundo episódio, que foca em Alexandria e o ataque dos Wolves na comunidade. Além de toda a tensão causada pelas inúmeras mortes de moradores, era evidenciado o conflito que estava por vir entre Morgan e Carol. De um lado, o homem que não matava. De outro, a mulher capaz dos atos mais frios para cuidar dos seus. Acho que a grande maioria estava do lado dela.

Naquela altura do campeonato, cada episódio focava em um grupo de personagens. Era a vez de Michonne, Glenn e outros moradores de Alexandria, ainda em reflexo ao fim da season premiere. “Thank You” era apenas mais um episódio até a cena que quase derrubou a internet.


Em resumo, caso alguém não lembre: Cercado por zumbis, Glenn vê Nicholas (que já devia ter perecido na temporada passada) dar um tiro na própria cabeça, e bom samaritano como é, tentou evitar a queda do covarde. Resultado? O coreano é comido pelos mortos-vivos. Para a audiência, o pânico foi geral, afinal, como assim um dos personagens principais morria desta maneira? E aquela tão esperada cena, prometida para o final da temporada, como ficaria?

O suspense funcionou por uma semana. Até chegarmos a “Here’s Not Here”. Acredito que todos estavam esperando um flashback do Morgan (inclusive citei isso neste vídeo, com as expectativas para a temporada). Mas não queríamos naquele momento. Não daquele jeito. Por mais corajoso e interessante que tenha sido o episódio, a audiência estava mais interessada em saber o destino do ex-entregador de pizza.

Passou uma, passou duas semanas, e nada. O mistério foi postergado de forma que qualquer final fosse frustrante. Se Glenn tivesse morrido, teria sido ruim, afinal, não fazia sentido um personagem tão importante se despedir daquela maneira. Se estivesse vivo, todo o suspense teria sido por nada, senão em uma tentativa desesperada de prender a audiência.

Apoiaram toda a força do início da sexta temporada em cima disso, e quando vemos o flashback, com o coreano escapando ileso de uma situação impossível, é difícil não pensar que fomos todos feitos de bobos.

Desde a quarta temporada, com o último ataque do Governador, a morte de Hershel e a separação dos sobreviventes, a mid-season finale é garantia de grandes momentos. Na quinta temporada, quando tudo se encaminhava para um raro momento feliz, Beth leva um tiro na cabeça.


Desta vez, após uma sequência fraca, graças ao “morreu ou não morreu?”, as expectativas eram altas, pois tínhamos um gancho forte. Afinal, é impossível ver a torre caindo em Alexandria, com centenas de zumbis invadindo o lugar na sequência, e não pensar: “deu merda”!

E deu merda? Quase. Ficou tudo no quase. Depois de 75 episódios, é difícil se surpreender com mais uma invasão de walkers. Um final morno. Ao invés de amarrar algumas pontas (para poder criar novas), deixou tudo exatamente no mesmo lugar. Michonne, Daryl e Maggie continuam quase como figurantes. Outros que chegaram nesta temporada foram esquecidos. Se não fosse o conflito entre Carol e Morgan, não teríamos nada. E deste arco sim, podemos esperar muita merda pela frente.

Quando me dei conta, o episódio acabou, sem ter mostrado nada. A primeira metade da temporada terminou sem ter mostrado nada. Foi essa a reação, quando surgiram os créditos, que duraram tempo suficiente para reclamar no Whatsapp com os amigos em outros estados.


Mas, conforme já escrevi em outros posts sobre “The Walking Dead”, esta é uma série de pequenas recompensas. Era um final extremamente frustrante, até a cena extra, onde vemos Daryl, Abraham e Sasha emboscados pela gangue de um tal de... Negan


Um presente para os fãs dos quadrinhos, que (mais uma vez) esquecem os (muitos) erros e contam os dias para o retorno. Apesar de tudo, esses caras sabem o que fazem. Ou quase.

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Algumas linhas sobre Jessica Jones

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Ah esse Netflix... Nos últimos tempos, nenhuma outra empresa de entretenimento (tirando a Disney com suas franquias) consegue mobilizar tanto as pessoas quanto eles. O termômetro está nas redes sociais. A nova produção original do serviço de streaming, "Jessica Jones", a segunda da parceria com a Marvel, estreou na sexta-feira passada. No dia seguinte, muita gente já havia assistido todos os 13 episódios (que correspondem a 11h16min).

Em um ritmo mais lento, aceitei o desafio, também fiz uma maratona, e compartilho as minhas impressões nestas mal traçadas linhas:

Começando do princípio

Não é uma série de heróis. Se não fosse o logo da Marvel, os créditos e uma ou outra citação sobre os Vingadores, provavelmente ninguém se daria conta que ela faz parte do mesmo universo do cara verde e do capitão com asas no capacete. A produção pouco explora os poderes de Jessica, aliás, praticamente ignora a maneira como ela os adquiriu.

“Jessica Jones” ganha ao criar identificação com o público, afinal, ela é gente como a gente. Mora em um muquifo, mal consegue pagar as contas (já que trabalha mais com os próprios casos do que para os clientes), compra o whisky mais barato, tem um notebook velho (um Acer ainda por cima!), deixa o celular carregando a noite toda. Pode parecer pouco, mas são detalhes desprezados pela maioria das séries/filmes, e que a aproximam.

Diferente de tantos protagonistas dos quadrinhos, Jessica não é uma heroína relutante. Apesar do eterno mal humor, ela não esconde o desejo de ajudar as pessoas. Tanto que cogitou a ideia de usar um colant branco e usar o codinome Safira (em uma ótima tiração de sarro com o material original).

A Jessica Jones de Krysten Ritter tem um quê de Keanu Reeves. Ela parece ter apenas uma expressão durante todos os minutos em que está em cena. E mesmo assim, é carismática. Mas tenho minhas dúvidas se ela foi a melhor escolha para o papel. Fisicamente falando, a australiana Jessica De Gouw (a Huntress, de “Arrow”), uma das cotadas para dar vida à personagem, parece melhor. Porém, apesar de tudo, o trabalho de Ritter não compromete.

Qual das duas parece mais com a heroína dos quadrinhos?

No outro lado da moeda, está o nêmesis da heroína. A cada episódio, Jessica deixa de ser a protagonista da própria série, que passa a ser dominada (ou seria controlada?), por Kilgrave. Méritos de David Tennant, aquele cara simpático que foi um dos protagonistas de “Doctor Who”, que desta vez, cria um vilão no pior sentido da palavra.


Cruel, cínico, um completo sociopata. Aquele cara que é impossível criar afeição. Um legítimo, desculpe a expressão, filho da puta (aliás, você do Twitter, que está colocando foto dele e criando fandom, por favor, pare!). Mas, que também é desconstruído ao longo dos 13 episódios. No início, era mostrado quase como uma entidade superior, uma força da natureza, e no final, poderia até gerar pena, de tão maluco que é. Ah, e felizmente, diferente dos quadrinhos, ele não é roxo (ou púrpura, como queiram).

Dos personagens coadjuvantes, apenas Trish Walker (a ex-pantera Rachael Taylor) e Luke Cage (Mike Colter) merecem destaque. A primeira convence como a melhor amiga (e única pessoa que tem o amor verdadeiro de Jessica), mas quando resolve ajudar na missão, dá uma forçada na barra. Já o dono da próxima série da parceria Netflix/Marvel cumpre bem seu papel de namorado da protagonista e já garante alguns fãs para quando estrear seu próprio show.


O problema da série está, primeiro, nas inúmeras voltas que o roteiro dá. Ao contrário de “Demolidor”, que soube utilizar seus 13 episódios para desenvolver os personagens, em “Jessica Jones”, a protagonista poderia ter acabado com os problemas na metade do tempo. Mas para preencher a meta de capítulos, apelaram para algumas soluções que servem apenas para atrasar a história. Pelo menos, o final vale a pena, já que apresenta uma boa batalha e deixa ganchos interessantes.

Outro erro, para mim, é o excesso de atenção dado a alguns personagens que não acrescentam nada à trama. Ou você vai me dizer, em sã consciência, que os gêmeos Robyn e Ruben, ou até mesmo Malcolm, que participa de 12 episódios (!) servem para alguma coisa, a não ser irritar. Nem mesmo  Carrie –Anne Moss, a eterna Trinity, é explorada como deveria.

É uma série irregular, mas importante dentro deste universo, já que apresenta uma personagem com características que ainda não haviam sido mostradas nas versões em live-action da Marvel. Além disso, após o êxito de “Demolidor”, serve para quebrar ainda mais aquela estrutura já cansada dos filmes da editora, garantindo fãs que podem nem se interessar pelo gênero, já que, como comentei acima, se não fosse a logo e uma ou outra citação, ninguém diria que é uma série de heróis. E que venha “Luke Cage” para somar ainda mais!

OBS: Quem quiser conhecer um pouco mais da personagem, é só conferir este artigo dos parceiros do Nercida!


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Video Review - DVD Os Cavaleiros do Zodíaco - A Saga de Hades

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Depois de tanto tempo, sonho realizado. Finalmente o box em DVD com toda a Saga de Hades, de "Os Cavaleiros do Zodíaco" ganhou um lugar na estante. E um lugar especial, já que a caixa é tão grande que não para em qualquer canto.

Essa é a mesma edição que já havia sido lançada pela Playarte no início do ano passado, vendida com exclusividade nas lojas do grupo B2W (Submarino, Americanas e Shoptime). Os discos, aliás, são os mesmos da primeira tiragem, lá na década passada, mas sem os mimos. Não tem nem arte interna.

São 14 estojos de DVD, dentro de uma grande caixa de papelão (de boa qualidade, para a minha surpresa). Grande e pesada Tem cerca de 1,3 quilo, então, se for comprar online, procure por um frete grátis, caso contrário, vai ficar bem caro.

São quatro discos para a fase do Santuário (13 episódios), quatro para o Inferno (12 episódios), três para Elíseos (seis episódios), um para o Episódio Zero (especial de resumo da série clássica) e dois para "O Mito dos Cavaleiros Renegados", raros até mesmo no Mercado Livre. Falando em ML, esse lançamento marca o fim de aproveitadores que chegam a pedir mais de R$ 1.000 pela mesma caixa.

A qualidade de imagem é razoável, não compromete. Muito melhor, inclusive, que a série clássica, lançada com vários problemas (que não foram corrigidos). Já o som é bacana. Tanto o áudio original, em japonês, quanto a dublagem estão em 5.1 canais. De extras interessantes tem apenas dois especiais com os dubladores (um que eles respondem as perguntas dos fãs e um making of) e uma entrevista com a cantora Larissa Tassi.

Segue algumas fotos do box e dos discos. Mais detalhes no vídeo que está no topo.

















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Digimon Adventure Tri: o acerto da Toei

08:15 Unknown 0 Comments



Essa frase já virou um clichê aqui no blog, mas vale a repetição: poucas coisas são tão fortes quanto a nostalgia. E a indústria de entretenimento já entendeu isso há tempos. É só ir no cinema e ver a quantidade de continuações ou remakes. Na televisão é a mesma coisa. Tanto nos Estados Unidos quanto no outro lado do mundo.

Lá na terra do sol nascente, a Toei Animation não cansa de ressuscitar clássicos. Foi assim com a nova versão de "Sailor Moon", com a continuação de "Dragon Ball" (já comentada aqui) ou com uma história de "Saint Seiya", dedicada aos cavaleiros de ouro (leia o review aqui). Infelizmente, em todos os casos, o resultado final não foi dos melhores. Seja pelas tramas rasas ou pela animação fraquíssima. E era isso o que todos temiam com a nova série de "Digimon". Mas desta vez, as notícias são boas.

Para comemorar os 15 anos da franquia, a produtora apostou na série clássica, que já havia sido fechada com o final de "Digimon Adventure 02". Na ocasião, a trama dá um salto de 25 anos, mostrando o destino de cada um dos personagens e a revelação de o digimundo passou a ser visitado por todos os humanos e cada um tem o seu monstrinho. Podia ser algum filler qualquer, como em "Dragon Ball Super", mas a Toei preparou um roteiro inteligente, que respeita os antigos fãs e a própria história, sendo um complemento muito bem vindo.


Comercialmente, "Digimon" pode ter menos apelo que as três séries citadas acima, mas ganhou destaque de carro chefe, tamanho capricho com toda a produção. Aliás, é preciso destacar que a Toei soube manter todo o hype. Do anúncio até o primeiro trailer, foram nove meses de espera. Lançou pistas aos poucos, mas sempre o suficiente para elevar as expectativas.

A espera chegou ao fim no último dia 20, com o lançamento de "Reunion", uma sequência de quatro episódios, que marca a primeira das seis partes de "Digimon Adventure Tri". A base da história é simples. Seis anos após o fim da série clássica (três depois da fase 02), alguém está infectando os monstros no mundo virtual. Enquanto isso, na Terra, distorções eletrônicas abrem portais para que as criaturas possam passar - o que causa caos e destruição.

Ao lançar quatro episódios simultaneamente, a Toei pode trabalhar a história de maneira calma, sem atropelar o roteiro. Tanto que o primeiro capítulo é focado apenas nos personagens, que assim como a audiência, mudaram desde aquelas primeiras aventuras, lá nos anos 2000, mas não esqueceram o que passaram. Seja em uma terra virtual ou na frente da televisão.

O melhor momento, porém, é o reencontro dos personagens (e nosso também) com os digimon. Os mais emotivos podem até derramar uma lágrima no momento em que Agumon surge para salvar Taichi, ou nas sequências de digivolução (simples, mas muito bonitas).

Ponto mais questionado nas outras produções da Toei, a animação de "Digimon Adventure Tri" é impecável. Muito melhor, inclusive, que o último filme de "Dragon Ball". A trilha sonora também merece destaque, por trazer as canções originais, com uma nova roupagem.



É uma produção feita com esmero, que cuida até de detalhes que poderiam passar despercebidos, como o fato de de que Takeru e Hikari possuem digivices diferentes (por terem participado da fase 02). O visual dos digimon também está mais agressivo, levando em consideração que o público-alvo tem mais de 20 anos.

Em quatro episódios, "Digimon Adventure Tri" ganha até o mais exigente dos fãs, ao apresentar uma história mais madura, e ao mesmo tempo relevante, com uma animação de primeira, e com mistérios que prendem. Também mostra que mais do que uma fórmula, o roteiro é feito de personagens, que confirmam ter uma profundidade rara neste tipo de produção. O único ponto ruim é que a espera será grande até a próxima parte, que só será lançada em março de 2016.

A primeira parte de "Digimon Adventure Tri" está disponível no Crunchyroll, porém, apenas para assinantes premium. A partir do dia 27, vai ser liberado para todos.

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Spectre. Uma semana depois

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Quando comecei uma maratona com todos os títulos de James Bond, não imaginava que isso mudaria a forma com que eu assistiria “Spectre”, a mais recente aventura do espião. Se fosse ao cinema sem aquelas quase 50 horas assistindo ao personagem, minha impressão seria outra. Depois de 23 títulos do 007, depois de acompanhar cada fase, cada nuance do agente, cada vilão, cada erro e acerto, minha opinião é que esse mais novo episódio, é apenas bacana.

Não consegui pegar “Spectre” na estreia, como queria, mas do fim de semana não passou. Saí do cinema pensativo. Por isso, preferi esperar alguns dias antes de escrever, para deixar passar aquela euforia que o excesso de ação na tela grande e aquele som absurdo causam (tanto que já está no Guiness com a maior cena de explosão já feita). E realmente, a euforia de momento foi grande, já que quase uma semana depois, caiu um bocado no meu conceito.

O filme, em geral, não é ruim. Longe disso. Contando esta fase de Daniel Craig, perde apenas para “Cassino Royale”. É muito melhor que “Quantum of Solace” (o que não é muito difícil). E apesar de não ter todo o capricho técnico de “Skyfall”, me empolgou bem mais.

Foram duas horas e meia que passaram bem rápido, já que as cenas de ação, talvez as melhores de toda a franquia, conseguem desviar a atenção dos problemas, que não são poucos. Por exemplo, o fim do segundo ato e início do terceiro quebram o ritmo da história (que era boa até o momento), já que o roteiro insiste que Bond tem que se apaixonar. Foi bom em “Cassino Royale”, mas desta vez, soa desnecessário, sem sentido. E é esse 007 cheio de amor que garante o final. Inclusive, com uma conclusão para Craig, que pode não voltar.


 A trama é atual e interessante, mas caso você tenha assistido “Missão: Impossível – Nação Secreta”, pode parecer mais do mesmo. “Spectre” segue a mesma linha do filme de Tom Cruise. Nem mesmo a reviravolta dentro do MI-6 que o roteiro tenta criar consegue causar algum impacto ou surpresa.

Os companheiros do Bond, aliás, estão entre os acertos do filme. Moneypenny e Q ganham destaque, e mais do que simples apoios, participam da ação. Já o M de Ralph Fiennes sofre ao ser colocado para comandar o barco no meio de uma tempestade (o que nunca aconteceu com a personagem de Judi Dench), mesmo assim, convence a mostrar um lado mais prático do líder do MI-6.

Já as Bond girls me decepcionaram. Monica Bellucci mal tem tempo de aparecer em cena. Já Léa Seydoux nada mais é que uma nova Vesper Lynd, que desta vez, não trai o protagonista. E incomoda ver como o 007 se apaixona facilmente.

A falha mais apontada nos reviews que eu li é sobre uma direção no automático de Sam Mendes. E não estão errados. É um filme lindo, quando comparado a maioria das ações que estreiam semanalmente. Mas muito pouco, se pensar no que o mesmo diretor fez em “Skyfall”. Naquela ocasião, parecia que o britânico estava totalmente envolvido com o projeto, que chega a ser meio poético, na contramão de tudo o que a franquia havia visto. Desta vez, parece que é só pelo cheque.

Falando em dinheiro, eu tinha expectativas de que o filme poderia lucrar tanto quanto o anterior, já que trazia de volta os principais antagonistas do personagem. Mas acho que vai ficar longe disso. Em pouco mais de uma semana, foram arrecadados 314 milhões, bem distante do 1,1 bilhão de “Skyfall”. E um dos motivos do possível flop do filme, parece ser o mesmo que andou derrubando bilheterias neste ano: a estúpida necessidade de dar uma origem para tudo.

[Spoilers a seguir]


Bond não precisa ter seu passado revirado. Eu não preciso entender de onde ele veio. Não preciso saber que ele é assim por ter tido uma infância difícil, por vender chocolate no semáforo ou por ter ido para o hospital por ter comido muita paçoquinha. Ainda mais se é para fazer a bobagem que foi feita.

Para começar, era mais do que óbvio que Blofeld estaria em cena. Em um filme chamado “Spectre”, que traz a organização criminosa de volta às telas após mais de 40 anos, teria que ser muito inocente para achar que o icônico antagonista ficaria fora. Na hora em que o personagem de Christoph Waltz revela que agora se chama Ernst Stavro Blofeld, admito que dei um sorriso. Mas para a história, aquilo não significa nada, como bem apontou o Renan Martins Frade, no Judão. Aliás, a solução sugerida é muito mais interessante do que a apresentada no filme.

Daí, o roteiro resolve acrescentar à sociopatia  e megalomania do vilão, um desejo de se vingar do irmão de criação. Bond e Blofeld irmãos. Sério? Não tinha nenhuma grande reviravolta melhor, não?


O final, com um Bond entregando Blofeld, vivo, para o MI-6 é condizente com o que o personagem criado por Craig apresentou nos quatro filmes. Além disso, depois de 40 anos, ninguém seria louco de matar o vilão de novo.

James Bond vai voltar. Ele sempre volta. Já Daniel Craig, está livre para partir. Ganhou um adeus, o que não ocorreu com nenhum outro Bond. O produtor Michael Wilson já afirmou que o ator não tem contrato para mais um filme, mas quer que ele continue. Depende do cachê.


É um bom filme. Mas podia ser muito melhor.

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Video Review – 007: A fase Daniel Craig

13:29 Unknown 0 Comments



Em outros reviews em falei em atores que eram controversos como James Bond, mas nenhum deles se compara a Daniel Craig. Para uns, o melhor desde Sean Connery (ou até mais que o precursor). Para outros, ele devia cumprir a promessa e cortar os pulsos, para nunca mais ter que vestir o traje do agente secreto. Eu mesmo tenho opiniões meio contraditórias sobre a versão do inglês para o personagem.

Gosto muito deste novo 007 dentro do gênero cinema de ação, já que ele bebe da mesma fonte de ícones dos anos 2000 como Jason Bourne, da franquia Bourne, e Jack Bauer, de "24 Horas". Ele bate em todo mundo. Pratica parkour. Usa todo o tipo de armas. Mas pensando bem, isso não é muito James Bond, não é mesmo?

O 007 de Craig é outro personagem. É um cara que não tem aquela sutileza dos clássicos. Pode vestir o mais elegante dos ternos, usar o mais caro dos relógios e dirigir o melhor dos Aston Martin’s, que ele continua com aquele jeito de brucutu. Piora para o cara não ser bonito. No quesito aparência, ele não chega perto dos antecessores. Pode até ser charmoso para alguns (o que eu questiono), mas falta aquele estilo dos clássicos, quando nem explosões, jacarés ou foguetes estragavam o penteado dele.



Este Bond, por outro lado, é um cara mais viril, que trouxe outra cara para o personagem. E encaixou bem pelo fato de ser um reboot, já que não faria o menor sentido continuar de onde Pierce Brosnan parou. E cá entre nós, que recomeço.

Querendo ou não, depois de 20 filmes, a franquia estava repetitiva e cansada. Este reinício deu um novo gás, começando com a mais clássica das histórias de Ian Fleming e que nunca havia ganhado as telonas na mitologia oficial. “Cassino Royale” é um grande filme (grande mesmo, tem quase duas horas e meia), e possui tanto os bons elementos de Bond quanto do cinema de ação.


Em “Quantum of Solace”, tivemos uma situação inédita na série: a continuação. Desde os anos 60, os filmes funcionam de maneira independente. Mesmo com elementos da mitologia soltos em vários deles, era possível assistir um ou outro sem nenhum problema. E o longa de 2008 começa onde “Cassino Royale” para, com uma busca por vingança que se transforma em outra coisa – com elementos do que é a Spectre. Pena que essa outra coisa não convence.

Bond pega uma briga que não é a dele, e isso toma o foco do que deveria ser uma trama mais pessoal. Por isso, quase todo mundo faz questão de dizer que o filme é horrível. Não é. A história é fraca, mas por conta disso, não se estende, deixando o resultado final melhor que vários outros da série (e no quesito ação, dá um baile na maioria dos filmes da época).

Por fim, "Skyfall" abre um novo arco e abraça de vez o reboot, com as chegadas de Moneypenny (se eu conhecesse a personagem clássica antes, a surpresa seria bem mais interessante) e Q, em uma versão totalmente diferente do que aquela apresentada pelo Desmond Llewelyn.


É um filme poético, esteticamente lindo, com um roteiro muito bem amarrado. Um filmaço. Mas que não me prendeu como deveria. Mas vale destacar alguns pontos, como o vilão, interpretado por Javier Bardem, que mostra ser um dos mais perigosos da franquia, mas que tem um plano singelo, de vingança; o adeus de Judi Dench, mais uma vez fantástica como M; e o novo dono da sigla, interpretado por Ralph Fiennes, que parece resgatar o clima clássico - e que deve dar as caras em "Spectre".

O melhor: “Cassino Royale”, de 2006.

O pior: “Quantum of Solace”, de 2008.

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As novidades de outubro na estante

11:01 Unknown 0 Comments



Com uma economia em crise e algumas contas a mais para pagar, outubro foi um mês de cinto apertado. Tanto que os principais itens deste post foram comprados em setembro, mas devido a problemas com Submarino e Saraiva, só fui receber beeeem depois.

Outubro foi o mês dos zumbis. Além da estreia do sexto ano de "The Walking Dead" na televisão, as primeiras quatro temporadas em alta definição foram para a estante. Apesar de ser fácil de achar nas lojas, vale destacar que a série é distribuída pela Playarte, ou seja, do nada pode sumir das prateleiras.

As primeiras três temporadas foram compradas no Submarino, junto com o box da versão estendida de "O Senhor dos Anéis", mostrado neste post. Mas enquanto um chegou rapidamente, o outro ficou esquecido pela loja. Tanto que se eu não fosse tirar satisfações no Reclame Aqui, iria ficar por isso mesmo. A justificativa era de problemas operacionais, o que gerou um belo atraso no prazo que eles dão (e que é bem alto). Valeria até Procon, mas ficou por isso mesmo. Pelo menos chegou.

Já a quarta temporada veio da Saraiva. Ao contrário da loja concorrente, eles mandaram rapidamente. Em uma semana chegou... em DVD! Nada como comprar uma coisa e receber outra... Daí ainda tem que esperar a boa vontade deles de mandar de novo... e na brincadeira toda, demorou quase um mês.

As edições, como era esperado, são bem simples. As duas primeiras temporadas têm dois discos cada e são disponibilizadas em amarays duplos, ambos com arte interna. A terceira e a quarta têm o dobro de discos, e possuem uma luva com detalhes em alto relevo.











Da locadora amiga, peguei "A Culpa é das Estrelas"e "Anjos da Lei 2". Usados, mas em ótimo estado e bem baratinhos. E para fechar o mês, "Sniper Americano", na promoção das Lojas Americanas.

Todos os filmes possuem edições simples, sem arte interna. "Sniper Americano", inclusive, já tem aquelas faixas coloridas na lombada, que servem para identificar o gênero, mas que são feias demais.



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