Bond 50 em blu-ray e a maratona para Spectre

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Não preciso pensar muito para dizer quais são as melhores edições da minha coleção. Entre as caixas de Indiana Jones e Jurassic Park ou os cinco filmes do Superman (cuja história merece um post, inclusive), um item tem um lugar especial: o box Bond 50, em blu-ray.

Lançada em 2012, em comemoração aos 50 anos de lançamento de “007 Contra O Satânico Dr. No”, o primeiro da franquia, a caixa me chamou a atenção desde o início. O preço de R$ 700, no entanto, era proibitivo, mesmo tendo 23 discos (22 filmes e um de extras). Mas por sorte, consegui pegar na Black Friday daquele ano, por menos da metade.

Sempre gostei de James Bond, mesmo acompanhando apenas da fase Pierce Brosnan em diante, influenciado por um amigo de infância, e pelo sensacional “GondenEye”, jogo do Nintendo 64 baseado no filme. Dos clássicos de Sean Connery e Roger Moore peguei apenas fragmentos em madrugadas na Globo. E com o box em mãos, prometia colocar o agente secreto em dia. E a hora chegou.

Com a proximidade do lançamento de “007 Contra Spectre”, no dia 5 de novembro, resolvi começar uma maratona Bond, e compartilhar aqui na Estante. Todas as quartas, até a véspera da estreia do 24º filme, um novo post com vídeo, comentando cada uma das fases, de Sean Connery até Daniel Craig. Já aproveite e se inscreve no canal do YouTube! ;)

A edição

Com dois cardbords protegidos por uma luva com efeito metalizado, Bond 50 é uma das melhores edições lançadas em alta definição. O box contém 22 filmes, e deixa um espaço para “Skyfall”, que na época de época de lançamento, ainda estava no cinema.

A coleção não é incrível apenas na apresentação. Todos os filmes possuem o áudio original em DTS-HD Master Audio 5.1. A imagem, porém, está em outro patamar. A restauração, realizada em 4K, faz com que “Dr. No”, de 1962, pareça ter sido feito em dias atuais.


Extras também não faltam. São cerca de 130 horas de comentários, clipes, cenas cortadas, bastidores e documentários.

Infelizmente, esta edição já está fora de estoque há um tempinho. A caixa atual, em estilo tijolão, é composta por oito amarays triplos e duplos, com todos os filmes. Pelo menos o preço melhorou um pouco (tanto que chegou a ser vendida por R$ 160 no Submarino, dia destes).

A caixa com cardbords ainda pode ser encontrada no Mercado Livre (numa média de R$ 500). Quem ainda não tem, e faz questão de ter a edição, pode aproveitar. Já quem quiser ter o Bond na coleção, sem gastar tanto, é só ficar de olho. Aposto que o Submarino vai repetir a promoção na Black Friday.






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Os Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya: Soul of Gold

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Depois de quase seis meses de exibição, chegou ao fim nesta sexta-feira “Saint Seiya – Soul of Gold”, spin-off de “Os Cavaleiros do Zodíaco”, exibido por streaming no Daisuki e Crunchyroll. E após acompanhar os 13 episódios da produção, é hora dos comentários.

As últimas tentativas da Toei com CDZ não foram das melhores. “Saint Seiya Omega” foi massacrado pelos fãs antigos (que cá entre nós, é quem faz a roda do consumismo girar), enquanto “A Lenda do Santuário”, o filme em CG, teve um resultado no mínimo decepcionante. A solução para reverter este quadro foi apostar na boa e velha nostalgia, trazendo de volta os cavaleiros de ouro, que são tão, ou até mais populares que o quinteto protagonista.

A reação inicial foi das melhores, afinal, a maioria dos fãs queria ver os dourados com as armaduras divinas. A escolha de Asgard como cenário, porém, dividiu opiniões, seja por ser palco do maior filler da série original, ou simplesmente pelo repeteco.

Por um lado, a escolha da terra do gelo foi interessante, já que permitiu uma abordagem interessante do local, ao contrário do que foi mostrado na série clássica, além do fato de trazer um vilão conhecido do grande público, no caso, Loki, o deus da trapaça. Por outro, é preguiçoso pegar um lugar conhecido enquanto que temos tantas mitologias que poderiam ser trabalhadas.

Outra decisão polêmica é usar Aiolia como protagonista, já que o cavaleiro de Leão não está nem entre os três favoritos dos fãs. Segundo uma pesquisa japonesa, Saga de Gêmeos, Shaka de Virgem e Camus de Aquário são os mais populares. Entretanto, pesa na balança o fato de que Aiolia é, dos golds, o mais parecido com Seiya em personalidade.

Resultado final


Eu cansei de ver, principalmente no Facebook, gente reclamando que a história é ruim e isso e aquilo, como se a obra original fosse conhecida pela qualidade do roteiro... Em 13 episódios, “Soul of Gold” teve uma trama redonda, com pontas bem amarradas.

Exemplo disso é um dos “erros” mais comentados desde o início, que era o fato das armaduras de ouro não estarem com os cavaleiros de bronze no Elísios, já que a história de SoG se passa simultaneamente com a última parte de Hades. No último episódio, porém, após a vitória sobre Loki, surge o desejo de ajudar Seiya e os outros, e ligando as tramas, Poseidon dá uma ajudinha, levando as vestes de Sagitário, Libra, Aquário, Leão e Virgem para o além.

O deus dos mares, aliás, não é o único personagem clássico a dar as caras em SoG. Hilda e Freya aparecem diversas vezes em Asgard, enquanto os guerreiros deuses da fase clássica são mostrados em flashbacks, assim como as batalhas contra Hades no Santuário e até Shion na Guerra Santa anterior. Já os cavaleiros de bronze, além das lembranças, são mostrados durante alucinações, infelizmente com uma animação tenebrosa.

Personagens clássicos apareceram em flashbacks, mas nem um pouco parecidos com os originais

Falando em animação, chegamos a um dos temas mais discutidos da produção. Não que SoG tenha episódios “bugados”, como “Dragon Ball Super”, mas o traço, em geral, é fraquíssimo. Os desenhistas da Toei Animation tentam emular a arte do mestre Shingo Araki, mas não chegam perto. Cenários e coloração, porém, saltam aos olhos.

A qualidade da animação estava longe da esperada

O principal mérito de SoG foi dar chance para que todos os cavaleiros de ouro pudessem brilhar. Saga, Shaka e Mu, como de costume, tiveram destaque. Mas foi ótimo ver Aldebaran, Máscara da Morte e Afrodite em ação sem dever nada para os companheiros.

Outro acerto foi fechar várias lacunas da série clássica, como o rancor que Aiolia sentia por Shura ter matado Aiolos, ou o perdão do cavaleiro de Sagitário a Saga, que arquitetou todo o plano de dominação do Santuário. Além disso, não existe fã que não quisesse ver os dois irmãos lutando lado a lado.

Mas nem só de elogios vive SoG. Se por um lado, o design dos cavaleiros de ouro foi mantido, os guerreiros deuses decepcionam com as armaduras genéricas. O principal deles, por exemplo, parece o Shurato (e pensar que na época, eles é que “se inspiravam” em CDZ). Outros pontos incomodaram alguns fãs, como as lutas, pouco sangrentas em relação ao anime original, além das inúmeras lições de morais, sempre presentes em “Os Cavaleiros do Zodíaco”.

Capitalismo selvagem


Por melhor que seja o resultado final, para a Toei, “Soul of Gold” é apenas um chamariz para outros produtos. Tanto que no mesmo dia que a série foi anunciada, já rolavam as primeiras fotos de Aiolia com a armadura divina. Mas isso é um problema? Não.

Desde o primeiro episódio, CDZ tinha como missão vender bonecos. Quanto mais armaduras tivermos, mais brinquedos estarão nas lojas – é só pesquisar quanto custam os inflacionados cavaleiros de aço para ver que eles acertaram. E mesmo assim, ninguém deixou de ser fã, pelo contrário, consumiram os produtos felizes da vida.

Para a Toei, o saldo não poderia ser mais positivo. Antes da exibição do episódio 12, os episódios já tinham mais de 50 milhões de visualizações no mundo todo, o que ajudou a bombar os tantos bonecos das armaduras divinas – até Aiolia com o traje de Odin será lançado. Além disso, em outubro sai o novo jogo para PS3 e PS4, chamado “Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados”.
  
Ah, e lembram das reclamações sobre a má qualidade na animação? Quem paga vai sofrer bem menos com isso. A versão em Blu-ray, cujos primeiros volumes já foram lançados, tem cenas corrigidas, como já é de praxe em produções da Toei, como “Sailor Moon Crystal”. E a diferença é notável.

Diferença da animação é gritante nas versões streaming e blu-ray

Os blu-rays, aliás, estão lindos. Ao todo serão seis volumes, o suficiente para ter todos os 12 cavaleiros de ouro nas capas. Resta agora torcer para que a Playarte, que está apostando em Omega no formato, traga SoG para o Brasil. Sabemos que a qualidade não será das maiores na apresentação, mas só de ter no país, já seria uma vitória.


E o futuro?

No intervalo do último episódio, foi exibido um comercial prometendo novidades para os fãs, que serão reveladas entre os dias 30/10 e 01/11, durante uma exposição que será realizada em Tóquio. A dúvida agora é: qual será a surpresa?


O mais provável é que tenhamos uma nova linha de bonecos. Mas como sonhar não custa nada, começam as especulações sobre um novo anime. Podemos ter um remake, provavelmente na mesma linha de “Dragon Ball Kai”. Ou porque não, o início da sonhada versão para a TV de “Next Dimension”, atual projeto do autor Masami Kurumada? Só podemos descartar uma terceira temporada de “Lost Canvas”, já que não é produção da Toei e ainda por cima não teve um bom retorno financeiro em solo japonês.

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Tomei vergonha na cara e assisti The Walking Dead

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Depois de três meses, cinco temporadas e 67 episódios – alguns sonolentos e outros sensacionais – chegamos ao mesmo ponto em que “The Walking Dead” parou. Em tempo para a estreia do sexto ano, marcada para o dia 11 de outubro. E nesta ocasião, a Fox vai exibir simultaneamente com os Estados Unidos!

Acompanhar a saga de Rick, Carl, Shane, Lori, Glenn, Daryl, Andrea, Carol, Hershel, Maggie, Michonne e tantos outros, não foi fácil. Primeiro, precisei convencer a minha esposa, fã das comédias e romances, a encarar um mundo dominado por zumbis. Deu certo.

O passo seguinte foi aguentar o início sofrível da série, que chegou a ser comentado neste post. Por sorte, as dificuldades valeram a pena. Demorou mais que eu esperava, mas a série cresceu de maneira absurda. Mesmo com problemas de ritmo, sai com um saldo totalmente positivo.

A missão agora é catequizar novos fãs. Para isso, fizemos um vídeo para o canal da Estante, no YouTube, falando um pouco sobre a experiência que foi acompanhar “The Walking Dead”. Com spoilers beeeem moderados, para quem não assistiu ainda.


Assista também!

O tempo é curto, mas opções não faltam para quem quiser colocar a história em dia. As quatro primeiras temporadas estão disponíveis tanto no Netflix quanto em DVD/Blu-ray, lançados pela Playarte.

Já a quinta temporada (para quem não quer ir atrás de Torrent) está disponível no Fox Play, para quem é assinante do canal. Falando na Raposa, a emissora vai realizar uma mega maratona em preparação para o sexto ano. Entre os dias 9 e 11 de outubro, os 67 episódios serão exibidos em sequência, tanto dublado quanto com o áudio original e legendas.

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O Papai é Pop, de Marcos Piangers

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Não gosto do Marcos Piangers. Sem nem ao menos conhecer o cara, me abracei ao preconceito, devido ao monte de porcaria que ele costuma disparar em um dos principais programas de rádio do Sul do país. Não sei se ele é assim mesmo ou apenas um personagem atrás do microfone. Mesmo assim, antes mesmo de ele aparecer no programa da Fátima Bernardes (por mais de uma vez, aliás), fiquei com vontade de comprar  o livro dele, que traz uma série de crônicas da vida ao lado das duas filhas.

Além disso, eu leio muito, mas leio pouco. Explico. Devoro jornais, revistas e sites, mas admito pecar na quantidade de livros. Tanto que na estante da frente, a da patroa, dá para contar nos dedos o número de obras que são minhas. Eu reclamo dos junk books que fazem sucesso, mas não me dou muito trabalho de ir atrás dos interessantes. Eu até tento, mas normalmente abandono depois de poucos parágrafos. Talvez por isso eu tenha ficado surpreso com a velocidade que eu terminei “O Papai é Pop”.

Não devo ter demorado mais de duas horas para terminar o livro. Não apenas por ser curto. Tem pouco mais de 100 páginas, muitas delas cobertas de artes, que longe de encher linguiça, dão alma à publicação. Terminei em umas duas horas, pois é uma obra que prende na primeira crônica, quando ele revela que deveria ter sido abortado. Tudo para se declarar à mãe e começar a falar dos seus tesouros, a Anita e a Aurora.

As crônicas são pequenas (as maiores não passam de duas páginas) e deliciosas. Piangers fala sobre o sofrimento de deixar as meninas na creche, quando resolve agir como elas para tentar dar uma lição, sobre a culpa por viajar sem as filhas ou então ao ver as brincadeiras atuais e relembrar os “bons tempos de antes” (pobre Otávio). Em todos os momentos, ele brinca com as palavras como se fosse um amigo contando um causo, interrompendo o tempo todo para fazer uma piada, ou para nos mostrar um lado mais meigo.

Em algumas crônicas, ele se derrete completamente pelas filhas, como quando descreve toda a ação de Anita comendo uma bomba de chocolate (ou éclair, como queiram) ou em conversas sobre preconceito e religião. Aurora, de dois anos, também é retratada com brilho, seja na fase do “terrific two” ou quando ela cuida dele quando ele está doente. Aliás, ele não cansa de escrever do mesmo jeito que ele fala, tanto que o vocabulário da caçula ganhou um capítulo.


Piangers também abusa das lições de moral, mas não chega a incomodar. Pelo contrário, elas fazem com que o leitor coloque a mão na consciência. Algumas são para se queixar do excesso de zelo da geração atual, como quando escreve: “Minha mãe me entupia com bolacha e ki-suco na década de 1980 e eu estou aqui, nem tão firme e nem tão forte, mas vivo”.

Em outros casos, ele acerta no emocional, como na crônica em que ele conta que Aurora não sabe o que é passado e futuro. “Ela vive o doce presente, devora a vida como se não houvesse amanhã. Enquanto isso, nós adultos muitas vezes guardamos os doces, pra muitas vezes jamais comê-los”. Forte, não?

Lembro de ter gargalhado ao ler a crônica em que ele fala das histórias que ouve, relatando causos com outras crianças (apenas o parágrafo do caiaio já faz a leitura valer a pena). Mas para mim, o melhor capítulo é o que Piangers conta que começou a mostrar para Anita os filmes que ele gosta. Aos poucos que ela vai conhecendo os clássicos, se apaixona por “Star Wars”. É impossível ler e não pensar em viver tal experiência quando virar pai.

Terminei o livro triste. Como se um amigo tivesse ido embora. Afinal, agora, vou ter que voltar a aturar o Piangers da rádio. Não gosto daquele cara. Mas depois das cento e poucas páginas, descobri que eu gosto muito do pai da Anita e da Aurora.

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Juntos somos mais fortes (ou conheçam o Nerdcida!)

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Quando escrevi o primeiro post deste blog nunca pensei em quantas pessoas eu iria atingir. Apenas queria poder externar um pouco dos meus gostos através do texto (até eu descobrir que o vídeo também vicia). Amo o dia a dia de redação de jornal, mas é ótimo poder chegar em casa e brincar com as palavras enquanto falo de entretenimento. Uma válvula de escape.

Nunca pensei que pessoas do outro lado do país (e até do mundo) iriam se interessar no que eu tenho a dizer, mas, felizmente, isso aconteceu. Sempre vi as parcerias dos sites e blogs (e a força delas), mas também nunca imaginei em fazer parte de uma, até receber o convite do Gustavo, do ótimo Nerdcida, que eu aceitei na mesma hora.

Nos textos da equipe, a cultura nerd é tratada do jeito que merece. Com leveza e bom humor, feita por quem realmente gosta do que faz. Desde 2012 na web, o Nerdcida deu uma pausa, afinal, os sites (ainda) não pagam nossas contas, mas voltaram com tudo.

Não queremos encher a timeline de notícias só para ganhar cliques, afinal de contas, a internet está cheia disso. Tanto no Nerdcida, quanto na Estante, queremos dar a nossa opinião, levantar a discussão.

Por isso, aos parceiros do Nerdcida, sejam bem vindos! 

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O mercado de animes em home vídeo no Brasil – parte 8

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O blu-ray é novidade para alguém? Os filmes em alta definição já estão no mercado há quase uma década. Logo logo teremos o 4K em mídia física. Só esqueceram de avisar isso para quem distribui animes no Brasil, já que podemos contar nos dedos os títulos com a caixinha azul no país do 7 a 1.

A grande maioria das produções que chegaram em blu-ray é formada por filmes. Em especial, os do Studio Ghibli. Os melhores exemplos dos clássicos da animação japonesa em alta definição foram lançados pela Versátil, em parceria com a Livraria Cultura: são dois boxes, cada um com três filmes dirigidos pelo mestre Hayao Miyazaki. O primeiro tem "Meu Amigo Totoro", "Princesa Mononoke" e "Nausicaä do Vale do Vento". O segundo conta com "O Castelo no Céu", "O Serviço de Entregas da Kiki" e "Porco Rosso".

Vale destacar o capricho que a Versátil, chamada por muitos de a versão brasileira da Criterion, teve com o box. Além da luva com detalhes em alto relevo, todos os filmes possuem arte interna. O único porém é o estojo opaco, que desvaloriza a arte interna, mas nada que não possa ser corrigido com uma troca.

Dos seis filmes, Mononoke, Kiki e Porco Rosso possuem dublagem em português. Além disso, todos contam com diversos extras, para a alegria geral da nação (em breve, farei um post dedicado exclusivamente aos boxes).


As vendas foram um sucesso e a Versátil precisou fazer um relançamento neste ano. E a expectativa fica pelo volume 3, que não deve demorar, e segundo membros do Fórum BJC, deve ter “Túmulo dos Vagalumes”, “Da Colina do Kokuriko” e “Contos do Terramar”.

Outras distribuidoras também lançaram títulos do Studio Ghibli em alta definição, como a Califórnia Filmes, dona dos direitos de “O Mundo dos Pequeninos” e “Vidas ao Vento”, ambos com imagens deslumbrantes, mas pelados de extras. E “O Conto da Princesa Kaguya” vem aí, com preço nas alturas.

Já a Europa trouxe “O Reino dos Gatos”, que pode ser encontrado facilmente na Cultura, e a Playarte lançou “Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar”, que está fora de catálogo tanto em blu-ray quanto em DVD.

Mas nem só de Studio Ghibli vive os animes em alta definição no Brasil. A Focus lançou dois clássicos: “Akira“ e “Ghost in the Shell“. O primeiro causou polêmica no lançamento, devido a (entre outros problemas) falta de áudio em HD.

O segundo traz duas versões: a original, de 1995, e a 2.0, com novas animações. O problema, é que apenas a nova está em 1080p. A versão de cinema (por consequência, a única com dublagem) está em SD. Edição, no mínimo bizarra, mas que está cada vez mais rara.

Para mim, a maior surpresa da lista é “Evangelion 1.11: Você (Não) Está Só“. Como fã do anime, eu nunca imaginei ver o primeiro dos quatro filmes que fazem uma releitura da série em por aqui. Ainda mais em alta definição. Tanto que eu não demorei muito e fui um dos 300 compradores. Sim, a Paris Filmes afirmou que vendeu pouco mais de 300 cópias do blu-ray, e desta maneira, lançou o segundo longa apenas em DVD. E não dá a menor impressão de que irá trazer a parte três...


Sinceramente, para mim, a conta não bate. Cult em todos os lugares em que foi exibido, Evangelion, assim como os filmes do Ghibli, movimenta não apenas os otakus, mas os cinéfilos em geral. Não foram poucos os que compraram o blu-ray de 1.11. Também foi disponibilizado nas locadoras. E além disso, não é encontrado em lugar algum. Ou seja, se vendeu pouco, é porque poucos foram lançados... E todo esse choro por uma edição extremamente simples, mas que era apresentada como “de colecionador”. E cobrando caro!

Por fim, a única das séries lançadas em blu-ray. Logo pela... Playarte! Que por incrível que pareça, não tem feito um trabalho ruim. A empresa disponibilizou logo três volumes, correspondentes ao mesmo número de boxes em DVD. A diferença, além do tamanho, é o preço. A edição em alta definição está mais barata. Sim, enquanto a versão em SD custa R$ 79,90, o disco em HD está à venda por R$ 49,90.

Foto: Liz Sosa

A leitora Liz Sosa, que possui os três volumes lançados, e já está na espera pelo quarto, que está em pré-venda para este mês, criticou apenas o terceiro volume, já que o episódio 39 apresenta quadriculação em algumas cenas. Mas no geral, elogiou bastante o resultado final, garantindo ser um produto de excelente qualidade. “Só o preço que poderia ser melhor e o volume 4 que aumentou muito o preço. Não justifica subir de R$ 49,90 para R$79,90”, afirmou.

E assim, concluímos este especial, o primeiro da Estante. A intenção nunca foi trazer uma análise profunda, já que eu não sou especialista no mercado e nem possuo todos os títulos. Foi mais para fazer um registro do que chegou até nós, e o descaso, que normalmente temos que encarar. Quero agradecer a todo o pessoal que participou e siga ligado que em breve teremos mais novidades!

Confira também as outras partes deste especial:

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O mercado de animes em home vídeo no Brasil – parte 7

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Quem acompanhou as demais postagens deste especial deve ter reparado que anime no Brasil é quase sinônimo de distribuidoras independentes. É só ver os exemplos: Playarte, Focus, Flashstar, Imagem, além de outras ainda menores. Mas onde estão as gigantes nesta história?

A major que mais apostou em animes foi a Sony, mas de uma forma bastante tímida. Ela trouxe bons títulos de filmes ao país (a maioria já raros) e algumas séries que não tiveram muito destaque, como a última versão de “Astro Boy”, que tinha as crianças como público-alvo. Pelo menos os 50 episódios foram lançados.

As versões em anime de “X-Men” e “Wolverine” também foram concluídas. Mesma sorte não teve “Cyborg 009”. Dos 51 episódios, apenas oito chegaram ao home vídeo brasileiro.

Os longas ganharam mais destaque. Foram lançados “Steamboy”, “Memories” e “Metrópolis”, de Katsuhiro Otomo (o gênio por trás de “Akira”); “Paprika” e “Tokyo Godfathers”, do saudoso Satoshi Kon; além de “The Sky Crawlers”, “Onigamiden - A Lenda Do Dragão Milenar”, “First Squad: A Hora da Verdade”, “Tekkon Kinkreet”, “Final Fantasy VII – Advent Children” (este lançado também em blu-ray) e “Cowboy Bebop: O Filme” (bem que poderia sair a série também!).


Outra série que chegou ao país, e mesmo sem muito destaque foi concluída, é “Ragnarok”, lançada na década passada pela Paramount. O anime baseado no jogo teve os 26 episódios disponibilizados no Brasil.

Já a Warner, mesmo sem muito alarde, conseguiu boas vendas com "Bakugan" e a sequência "Bakugan - Nova Vestróia". Porém, o foco foi o público mais jovem, que assiste animes pelo Cartoon, já que não se deram nem o trabalho de colocar o áudio original em japonês, ficando apenas a (criticada) dublagem em português e em inglês.

Antes disso, a história da distribuidora podia se resumir em dois fenômenos: “Pokémon” e “Yu-Gi-Oh”. A empresa lançou os três primeiros filmes de Ash e sua turma lááá no início dos anos 2000 (e eu fui no cinema em todos). As edições em home vídeo eram até legais, com cartas do TCG da série. O primeiro longa, inclusive, é um dos títulos nacionais mais cobiçados pelos colecionadores, dada a sua raridade (estou aceitando de presente, aliás!).  

A Fox, até pouco tempo, tinha lançado apenas o filme de “Digimon” (que é uma compilação com três histórias lançadas no Japão), mas voltou à cena com mais um longa. “Dragon Ball Z: O Renascimento de F” ganhou espaço nos cinemas e deve chegar às lojas no fim de outubro.

Em resumo, as majors não dão a mínima para o setor. Sem coragem ou visão para apostar no lançamento de uma série de destaque, ficam apenas com filmes, já que a chance de prejuízo neste caso é bem menor. No caso da Sony, poderia dizer que não fizeram mais do que a obrigação, já que possuíam os direitos sobre as produções, caso de “Astro Boy”, mas isso não ocorreu com “Samurai X”, já que foi a responsável pelo lançamento na TV.

Pegando a falta de iniciativa das gigantes e somamos ao despreparo das independentes, temos como resultado o nosso mercado: fraco e previsível. Podem me chamar de pessimista, mas perdemos a chance de ter uma boa oferta de animes em home vídeo há muito tempo. Agora, o que vier é lucro.


Amanhã, a última parte!

Confira também as outras partes deste especial:

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