Demolidor e os números do Netflix
Gráfico de desempenho das séries, divulgado pela Variety
Já faz um tempo que o Netflix é quase uma unanimidade. Com conteúdo crescente de filmes e séries, o serviço de vídeo por streaming conquistou aproximadamente 65 milhões de assinantes. Apenas no Brasil são 2,2 milhões. E muito destes números devem às produções originais.
Começou em 2012, com “Lilyhammer”, produção norueguesa, mas só foi ganhar o mundo no ano seguinte, com a estreia de “House of Cards”. Porém, engana-se quem pensa que foi apenas a presença de astros como Kevin Spacey e Robin Wright e a assinatura de David Fincher que transformaram a série em um sucesso. O Netflix inverteu a maneira de fazer televisão ao disponibilizar todos os episódios de uma só vez, incentivando o hábito das maratonas.
Kevin Spacey, em "House of Cards"
Na sequência vieram “Hemlock Grove”, “Orange is The New Black”, “BoJack Horseman”, “Marco Polo”... Em 2015 já tivemos três lançamentos: “Unbreakable Kimmy Schmidt”, “Bloodline” e o fenômeno “Demolidor”.
A série da Marvel caiu na boca do povo. Do dia para a noite, todos haviam assistido os 13 episódios da série do advogado cego que combate o crime, o que levou a revista americana Variety a divulgar os números da audiência do serviço nos Estados Unidos. E confirmar o sucesso de “Demolidor”.
"Demolidor"
Segundo o levantamento, em apenas 11 dias, a produção foi assistida por cerca de 4,4 milhões de pessoas (10,7% dos assinantes americanos), o que tornou “Demolidor” a série original mais assistida do Netflix. E não poderia ser diferente.
Toda a estratégia de lançamento foi bem sucedida. Para inaugurar as produções feitas em conjunto com a Marvel, o Netflix apostou em um personagem bastante conhecido (seja por causa dos quadrinhos ou pelo esquecível filme com Ben Affleck), o que deve alavancar as outras séries que virão (A.K.A. Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro). Também ajudou o fato de que em menos de 30 dias, estrearia “Vingadores: Era de Ultron” no cinema, e nesta altura do campeonato, qualquer coisa com o selo da editora teria mais chances de fazer sucesso.
O segundo lugar surpreende. “Unbreakable Kimmy Schmidt” superou “House of Cards”: 2,98 milhões contra 2,65 milhões de assinantes. O número chama a atenção, pois a série criada por Tina Fey teve pouca divulgação, se comparada à veterana, que parece perder força dentro do próprio país. Porém, contando as três temporadas, a série de Kevin Spacey continua sendo a número 1 dentro do Netflix. Pelo menos por enquanto.
"Unbreakable Kimmy Schmidt"
Já “Bloodline” decepcionou. A série, que teve a pior arrancada entre todas as avaliadas, fidelizou seu público, mas não soube cativar o restante do público. Apenas 980 mil assinantes norte-americanos (2,4%) acompanharam a história da família Rayburn. Como eu já havia comentado em outro post, acredito que o Netflix falhou na estratégia de lançamento ao colocá-la pouco depois da terceira temporada de “House of Cards” e antes da estreia de “Demolidor”.
"Bloodline"
Por último, “Marco Polo” foi o mais próximo de um fracasso. Antes da estreia, o Netflix vendeu a série como o “Game of Thrones” deles. Mas não deu certo. A produção dividiu a crítica e não atraiu o público. Mesmo com a grande divulgação. No fim, teve números praticamente idênticos ao de “Bloodline”, que pelo menos conseguiu ter uma média estável.
"Marco Polo"
No próximo mês, o Netflix terá duas novas produções. A ficção científica “Sense8”, dos Wachowski, no dia 5 de junho, e a terceira temporada de “Orange is The New Black”, no dia 12. Será que alguma vai conseguir ameaçar o reinado do Demolidor?
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