Desventuras de um colecionador

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"Parte" das compras da viagem (e Thiago sem um centavo no bolso)

A internet é a melhor amiga dos colecionadores. Desde os mais hardcore, que encomendam itens exclusivos de vários países, até os casuais, que querem um ou outro filme. Foi pela rede que eu adquiri a maior parte da minha coleção. E não existem palavras para descrever a alegria que é o momento em que o carteiro chega com um pacote. Mas para mim, encontrar na rua a edição que você quer, é um prazer ainda maior.

Enquanto alguns colecionadores moram em lugares com inúmeras opções de lojas, para muitos outros, entrar em uma Saraiva ou Cultura é motivo para brilhar os olhos. E eu faço parte do grupo que para procurar alguma coisa, é necessário viajar para a “cidade grande”. 

No último mês precisei ir algumas vezes para Porto Alegre. Oportunidade perfeita de unir o útil ao agradável. E é uma dessas sagas que eu vou relatar a partir de agora. 

Após deixar meus sogros no aeroporto, preparei minha esposa para o que estava por vir e começamos uma peregrinação pela cidade atrás de novidades. A primeira parada, ainda pela manhã, foi a Zero Vídeo Distribuidora (que eu já havia citado neste outro post). 

Zero por dentro e por fora

Na outra passagem, eu estava com pressa, mas desta vez, pude conferir um pouco o que eles têm a oferecer. Se a prateleira de Blu-ray é pequena, o mesmo não pode ser dito sobre os DVDs. Tem quase tudo o que se imagina, com preços bem interessantes. Eu levei para casa a edição especial de “Zoolander” por R$ 5 (no Mercado Livre tem gente cobrando até R$ 100!). Tinha até uma edição enluvada de “O Artista” por menos de R$ 10. Também levei vários Blu-ray que eu já havia encomendado pelo Facebook (eles atendem todo o Brasil, enviando pelos Correios), mas o grande prazer é visitar o local.

As compras do dia na Zero

Também foi bacana ver um ótimo movimento no local, em todos os gêneros de filmes. Prova de que a mídia física ainda está longe de morrer. Também fui em outra distribuidora que eu havia encontrado no Google, mas não deu muito certo. Milhares de DVDs empilhados, o que impedia de procurar com calma, e com preços fora da realidade. 

A próxima parada foi o Barra Shopping Sul, lar da Fnac. A loja não é das mais baratas, mas é uma tentação para todos os colecionadores. Ao entrar na sessão de DVD/Blu-ray, já se encontra os principais lançamentos ao lado de um busto do Lanterna Verde. 

Opções não faltam na Fnac

O local possui uma infinidade de títulos, e algumas boas promoções, como o box com 14 filmes de Alfred Hitchcock por R$ 299 (o preço normal é R$ 499). Mas para quem gosta de coisa boa e barata, tinham vários caixotes com DVDs/Bluray/séries com diversos preços. 

Os caixotes com filmes para todos os gostos da Fnac

Na Saraiva, a mídia física parece perder espaço. Me acostumei tanto com as lojas do Barra e do Iguatemi (que já não têm muita coisa), que não imaginava que a MegaStore do Praia de Belas, o lugar onde eu ia só para namorar os box de séries há uns 10 anos, havia diminuído o espaço dos DVDs. 

Corredores deste tamanho com Blu-ray parecem cada vez mais raros na Saraiva

Mesmo assim, sempre acho alguma coisa diferente. Como hoje o foco da coleção são os discos da Disney e do Studio Ghibli, a visita valeu a pena. Saí de lá com o Blu-ray de “Vidas ao Vento” (que eu peguei antes de tentar achar – em vão – na Cultura) e com o DVD de “Fantasia” (ainda quero o Blu-ray, mas como está em moratória, me nego a pagar o absurdo que o pessoal do Mercado Livre pede). 

Outra parada foi na E o Vídeo Levou. Além de ser uma das locadoras mais tradicionais de Porto Alegre, também vende filmes. E tem algumas coisas ali que não se encontra todos os dias. Saí de lá com três Blu-ray da Disney: “Alice no País das Maravilhas” e “Nem que a Vaca Tussa” até que são encontrados sem muito trabalho no Mercado Livre, mas “Aristogatas” virou artigo de luxo. Logo, não quis perder a oportunidade.

E o Vídeo Levou é um dos locais mais legais para os fãs da sétima arte

O lugar vale a visita simplesmente pela atmosfera. Os caras respiram cinema. E manjam muito. Era sensacional ouvir as sugestões de filmes dos atendentes. Pessoas que amam cinema. Foi graças a caras como eles que eu me encantei com a sétima arte, lá no tempo do guaraná com rolha. 

A parte de locação tem de tudo. O que me deixou triste, já que os filmes que eu mais queria, não estavam disponíveis para a venda. Eles também têm um imenso catálogo de pôsteres de filmes. Tudo está disponível no site, mas muito melhor é conhecer in loco. 

Por fim, e não por acaso, a Livraria Cultura. O lugar é o paraíso de qualquer colecionador. Afinal, não é em qualquer lugar que você tem um filme argentino ao lado de um Criterion. Tem de tudo um pouco.  

Prateleiras da Cultura: de Darín à Criterion 

De clássicos aos mais recentes, dos mais simples aos importados. Além de edições exclusivas fantásticas, como as lançadas pela Versátil. Eles ainda abriram uma loja dentro da loja. O Espaço Geek faz surgir o nerd dentro de todo mundo. E tem de tudo. Filmes, animes, HQs, camisetas, pôsteres... 

Espaço Geek e exclusivos são as tentações da Cultura

No fim, saí de lá com a carteira vazia, mas feliz da vida. Seguindo o objetivo da viagem, levei os Blu-ray com as edições diamante de “Bambi” e “Mogli”, além de Lilo & Stitch. Da Versátil, o primeiro box do Studio Ghibli (com "Nausicaä do Vale do Vento", "Meu amigo Totoro" e "Princesa Mononoke"). Também sacolei o BD do live-action de “Samurai X” (queria há um bom tempo, e estava em promoção). E por último, o ótimo box lançado pela Europa, com quatro filmes argentinos (“O Filho da Noiva”, “Plata Quemada”, “O Mesmo Amor, a Mesma Chuva” e “O Segredo dos Seus Olhos”). 

Seja na maior das lojas, ou em uma pequena, dê aquela olhada básica. Você poderá encontrar desde filmes raros até ótimas promoções.

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Cinemito comenta - Cinco anos do final de Lost

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Domingo à noite costuma ser uma chatice. Geralmente não há muito o que fazer, programas ruins na TV e rola aquele desânimo por lembrar que no outro dia é segunda e começa a semana outra vez. Mas a noite do domingo de 23 de maio de 2010 foi diferente. “Lost” chegava ao fim depois de seis temporadas e o destino de Jack e seus companheiros de ilha era aguardado por milhões fãs. E eu era um deles. 

Admito que não tinha o costume de acompanhar séries. Assistia “Friends” e “Um Maluco no Pedaço” às vezes, aí o Thiago (esse mesmo, o dono do blog) me disse para ver uma tal de “Lost”, que estava começando e era interessante. Resolvi dar uma chance e fui assistir o episódio seguinte que ia passar na AXN. Era o episódio quatro, onde o Jack vê o pai dele na ilha (um senhor de terno, tênis branco e que tinha chegado lá dentro de um caixão). Então o vício começou. 


E era difícil não se viciar: um enredo que misturava drama, comédia e sci-fi e um grupo de personagens interessantes. Impossível não se identificar com pelo menos um deles. E isso foi a receita do sucesso. 

“Lost” foi um marco na história da televisão, não há como negar. Mudou completamente o jeito de se fazer séries e o relacionamento com os fãs. Por que você não apenas assistia. Você podia fazer parte daquilo. O episódio acabava e todo mundo corria para a internet debater os acontecimentos, ler as reviews e criar teorias. E no quesito "criar teorias" ninguém bateu os fãs de “Lost”. Essas teorias não eram criadas do nada, as pessoas faziam estudos sobre física, Bíblia, história egípcia, entre outras coisas, e criavam teorias malucas (outras nem tanto) sobre o que era a ilha, o que os personagens representavam... Era fácil ficar horas em sites e no Orkut (saudades comunidade Lost Brasil) lendo tudo sobre o programa. 

Cada vez que uma temporada terminava, não significava que a série não teria novidades, pois entre as temporadas eram lançados vídeos (alguns davam dicas e respostas sobre os mistérios) e jogos (no último deles, o participante fazia testes para entrar na Dharma) que enriqueciam ainda mais a experiência de acompanhar o show. E “Lost” sabia deixar os espectadores loucos por mais. Os responsáveis pela série introduziram na mitologia elementos que ficavam na cabeça dos fãs e, no fim das contas, a série passou a fazer parte da vida de muita gente. Afinal, quem nunca jogou 4 8 15 16 23 42 na loteria? Ou se pegou cantando “you all everybody”? Ou até mesmo fez uma tatuagem? 


O tempo foi passando, os mistérios aumentando, mas o que mais se ouvia dos produtores era que “Lost” era uma série sobre pessoas, o que deixava muitos um pouco contrariados. Mas agora, cinco anos depois do fim, se a gente analisar bem, isso é uma verdade. Parando para pensar, qual a primeira coisa relacionada a “Lost” que te vem na cabeça? Acho pouco provável que seja ''o que é a ilha?'' ou os números. Provavelmente deve ter lembrado de algo que te emocionou. Uma cena com aquelas pessoas ou algum episódio impactante. O início do primeiro episódio; Boone morrendo ao mesmo tempo que Aaron nasce em outra parte da ilha; Charlie se sacrificando; o telefonema de Desmond e Penny em “The Constant” (possivelmente um dos melhores episódios já vistos em todos os tempos); a reação de Ben ao ver a filha ser assassinada; e o “WE HAVE TO GO BACK!”, que explodiu cabeças, são momentos que não saem da lembrança de qualquer apaixonado por “Lost”. 


Depois da ilha sumir, viajar centenas (milhares?) de anos para o passado, para a década de 70, e depois voltar para o presente, a sexta e última temporada veio com a missão de dar as tão esperadas respostas. E elas vieram. É sério, elas estão lá, embora muitos insistem em dizer que não existem. Se foram satisfatórias ou não, bom, aí vai do critério cada um. Acredito que o maior problema que “Lost” enfrentou foi o excesso de expectativa. Muitos esperavam uma solução complexa e extremamente inovadora e o fato de que a história era basicamente a velha luta do bem contra o mal pode ter frustrado os mais empolgados. 

Enfim, o domingo citado lá no início do texto havia chegado e o final dividiu opiniões. Uns gostaram, outros odiaram. E, claro, houve muita análise de cada detalhe do episódio. Acreditem, até os créditos finais foram motivos para teorias malucas. E é sempre bom lembrar: eles não estavam mortos desde o começo (!). 

Mas quando Jack fechou os olhos naquele sugestivo dia 23, todos sabiam que algo único tinha terminado. Um fenômeno que não aparece toda hora na TV. Uma série que soube mexer com as emoções do espectador como ninguém e por isso até hoje tem uma legião de fãs. E eu sou um deles. Daqueles que se sentiram privilegiados por fazerem parte dessa jornada. 


E justiça seja feita: independente de você ter gostado do final ou não, a jornada até ele foi sensacional. Namastê.

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Video Review - Arrow: terceira temporada

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Tem séries que te ganham devagar, na paciência, como Game of Thrones. Outras, te agarram no primeiro episódio, caso de Arrow. A adaptação da história do Arqueiro Verde me surpreendeu, já que veio da CW, o mesmo canal que consegue “smallvillizar” quase tudo o que pega (todas as séries têm aquela enrolação e o romance aos moldes de Clark e Lana). 

O clima sombrio, um vigilante sem escrúpulos e drama familiar na medida certa fizeram da primeira temporada uma grata surpresa. A segunda, com o Arqueiro consolidado, conseguiu ser ainda melhor, já que apostou em iniciar uma mitologia e em um vilão que acrescentou à história. Por todos esses motivos, as expectativas para a o terceiro ano eram as melhores possíveis. Pena que ficaram pelo caminho. 

Personagens fundamentais tiveram transformações sem sentido. Uns ganharam atenção demais. Outros, de menos. E o próprio arqueiro pareceu um coadjuvante na própria série. Mas mesmo assim, a temporada fechou com bons ganchos para o quarto ano.

Então para estrear o canal da Estante do YouTube, chamei a minha parceira de vida (e de séries), Angelica Brunatto, para discutir os acertos e os erros da terceira temporada de Arrow. É só conferir no vídeo!

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Relatos selvagens do cinema portenho

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A rivalidade entre Brasil e Argentina faz com que muitos olhem torto para tudo que vem do país vizinho. Afinal, não é fácil admitir que Messi é melhor que Neymar ou que eles têm mais Libertadores que nós. Que os panelaços daqui são pequenos perto daqueles que duram dias em frente à Casa Rosada. Ou então que eles têm um cinema espetacular. 

No meio de tantos blockbusters, eles podem passar meio despercebidos, mas estão por aí, seja na galeria do Netflix ou das locadoras. Com o Oscar de “O Segredo dos Seus Olhos” (melhor filme estrangeiro em 2010), o cinema argentino, que já havia crescido após o sucesso de “Nove Rainhas” (2000), ficou ainda maior. Jamais se produziu tantos longas quanto hoje. São mais de 130 filmes por ano. E dão um banho de qualidade em grande parte da produções norte-americanas. 

Cresci no cinema pipoca. Até por isso, relutei (olha a rivalidade aí) a dar uma chance às produções hermanas. O primeiro foi justamente “O Segredo dos Seus Olhos”. Não foi nem pelo Oscar, e sim pela promessa de um final impactante (que foi cumprida com louvor). 

"O Segredo dos Seus Olhos", vencedor do Oscar em 2010

Quando visitei Buenos Aires, no ano passado, já era um admirador do cinema portenho. Minha esposa, por sua vez, é apaixonada pelo país, mas não havia experimentado a sétima arte argentina. Até a semana passada. Assistimos, na sequência, os cultuados “Medianeras” e “Um Conto Chinês” (ambos disponíveis no Netflix) e por último, “Relatos Selvagens”, o grande destaque do ano passado. 

As duas horas de exibição de “Relatos Selvagens” passaram quase que em um piscar de olhos. Mas foi tempo suficiente para que eu pudesse ter todos os tipos de sensações que o cinema pode oferecer. Coisa rara. Raríssima. 

Para quem não sabe, o filme, que concorreu ao Oscar desse ano, é dividido em seis episódios com o mesmo tema: a perda do controle. E ele ganha o espectador desde a primeira, na divertidíssima (e macabra) história do avião. Como bem lembraram os amigos do Cinemito, tem o estilo das crônicas de Luis Fernando Veríssimo. 

O excelente episódio de abertura de "Relatos Selvagens"

Na sequência, temos a sedução da vingança; a discussão em uma estrada; a revolta de um homem contra o sistema; a corrupção; e um casamento. Em cada uma das histórias, um turbilhão de emoções, que emanam da identificação. É fácil se colocar em qualquer uma daquelas situações. 

Talvez por isso, o filme tenha feito o sucesso que fez. Um fenômeno. Foram 3,4 milhões de ingressos vendidos apenas na Argentina, o que corresponde a 8,5% da população do país, que tem cerca de 450 salas de cinema. Para comparar, “Tropa de Elite 2”, nossa maior bilheteria, teve pouco mais de 11 milhões de espectadores (5,5% da população). Vale lembrar que enquanto o Brasil possui 200 milhões de habitantes, os vizinhos têm 40 milhões. 

A seleção de atores também é magnífica. O que deveria ser o filme do Ricardo Darín, acaba sendo do Osmar Núñez, do Diego Gentile, do Leonardo Sbaraglia, e principalmente, de Érica Rivas. A atriz está brilhante como a noiva do último (e melhor) dos episódios.

Érica Rivas e Diego Gentile, os donos da melhor história

Como nos melhores momentos de Quentin Tarantino, o diretor Damián Szifrón, de 39 anos, utiliza de todas as armas para contar sua história. Violência gráfica, humor negro e até um pouco de escatologia. Tudo é exagerado, mas extremamente verossímil. Você torce pelos personagens e pelo absurdo. 

Na grande maioria das produções argentinas, o tema cotidiano está presente. São situações que poderiam se passar em Buenos Aires, em São Paulo ou em Criciúma. Muda apenas a assinatura dos diretores, donos de uma estética linda, e que não têm medo de ousar com a câmera na mão. É fácil ver takes diferentes do padrão estabelecido em Hollywood. 

A tomada no estádio Tomás Adolfo Ducó, na partida entre Huracán e Racing, em “O Segredo dos Seus Olhos” é uma das cenas mais incríveis que eu já vi. Na época fiquei hipnotizado pela direção de Juan José Campanella, um dos principais nomes do cinema de lá. 

Além da direção, os atores esbanjam qualidade. O mais famoso deles é o espetacular Ricardo Darín, de 58 anos. Não é à toa que ele é praticamente um embaixador do cinema argentino. Dos cinco filmes citados acima, ele está em quatro. Ótimo ator e dono de uma personalidade fortíssima. Tanto que não deu chances a Hollywood. “Sou fiel a mim. Prefiro trabalhar no meu idioma. Recebi propostas de Hollywood e as recusei. Por que interpretaria um traficante mexicano em uma produção americana? O que há de interessante nisso? Não entendo essa mania de achar que o que está longe é melhor”, afirmou, em entrevista à revista Status. 

Darín, o embaixador do cinema argentino

Quem tiver interesse em conferir algumas produções argentinas, pode conferir a seleção do blog “Cinema Argentino em Português”, que listou vários filmes disponíveis no Netflix. A minha lista é grande. Seja com Darín, Campanella ou Szifrón, quero aproveitar o que os nossos vizinhos têm de melhor.

Na estante

Começou a caçada por filmes argentinos para a estante, que atualmente tem apenas um. A ótima animação "Um Time Show de Bola", dirigido por Campanella, pode ser encontrada facilmente, em 3D e com luva metalizada.

O único hermano na coleção

Dos filmes citados acima, "Medianeras" e "Nove Rainhas" podem ser encontrados em DVD. "Um Conto Chinês" e "O Segredo dos Seus Olhos" foram lançados também em Blu-ray, mas não são fáceis de serem encontrados. "Relatos Selvagens" já está em pré-venda, com entrega para o dia 28.

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Demolidor e os números do Netflix

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Gráfico de desempenho das séries, divulgado pela Variety

Já faz um tempo que o Netflix é quase uma unanimidade. Com conteúdo crescente de filmes e séries, o serviço de vídeo por streaming conquistou aproximadamente 65 milhões de assinantes. Apenas no Brasil são 2,2 milhões. E muito destes números devem às produções originais. 

Começou em 2012, com “Lilyhammer”, produção norueguesa, mas só foi ganhar o mundo no ano seguinte, com a estreia de “House of Cards”. Porém, engana-se quem pensa que foi apenas a presença de astros como Kevin Spacey e Robin Wright e a assinatura de David Fincher que transformaram a série em um sucesso. O Netflix inverteu a maneira de fazer televisão ao disponibilizar todos os episódios de uma só vez, incentivando o hábito das maratonas. 

Kevin Spacey, em "House of Cards"

Na sequência vieram “Hemlock Grove”, “Orange is The New Black”, “BoJack Horseman”, “Marco Polo”... Em 2015 já tivemos três lançamentos: “Unbreakable Kimmy Schmidt”, “Bloodline” e o fenômeno “Demolidor”. 

A série da Marvel caiu na boca do povo. Do dia para a noite, todos haviam assistido os 13 episódios da série do advogado cego que combate o crime, o que levou a revista americana Variety a divulgar os números da audiência do serviço nos Estados Unidos. E confirmar o sucesso de “Demolidor”. 

"Demolidor"

Segundo o levantamento, em apenas 11 dias, a produção foi assistida por cerca de 4,4 milhões de pessoas (10,7% dos assinantes americanos), o que tornou “Demolidor” a série original mais assistida do Netflix. E não poderia ser diferente. Toda a estratégia de lançamento foi bem sucedida. Para inaugurar as produções feitas em conjunto com a Marvel, o Netflix apostou em um personagem bastante conhecido (seja por causa dos quadrinhos ou pelo esquecível filme com Ben Affleck), o que deve alavancar as outras séries que virão (A.K.A. Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro). Também ajudou o fato de que em menos de 30 dias, estrearia “Vingadores: Era de Ultron” no cinema, e nesta altura do campeonato, qualquer coisa com o selo da editora teria mais chances de fazer sucesso. 

O segundo lugar surpreende. “Unbreakable Kimmy Schmidt” superou “House of Cards”: 2,98 milhões contra 2,65 milhões de assinantes. O número chama a atenção, pois a série criada por Tina Fey teve pouca divulgação, se comparada à veterana, que parece perder força dentro do próprio país. Porém, contando as três temporadas, a série de Kevin Spacey continua sendo a número 1 dentro do Netflix. Pelo menos por enquanto. 

"Unbreakable Kimmy Schmidt"

Já “Bloodline” decepcionou. A série, que teve a pior arrancada entre todas as avaliadas, fidelizou seu público, mas não soube cativar o restante do público. Apenas 980 mil assinantes norte-americanos (2,4%) acompanharam a história da família Rayburn. Como eu já havia comentado em outro post, acredito que o Netflix falhou na estratégia de lançamento ao colocá-la pouco depois da terceira temporada de “House of Cards” e antes da estreia de “Demolidor”.

"Bloodline"

Por último, “Marco Polo” foi o mais próximo de um fracasso. Antes da estreia, o Netflix vendeu a série como o “Game of Thrones” deles. Mas não deu certo. A produção dividiu a crítica e não atraiu o público. Mesmo com a grande divulgação. No fim, teve números praticamente idênticos ao de “Bloodline”, que pelo menos conseguiu ter uma média estável.

"Marco Polo"

No próximo mês, o Netflix terá duas novas produções. A ficção científica “Sense8”, dos Wachowski, no dia 5 de junho, e a terceira temporada de “Orange is The New Black”, no dia 12. Será que alguma vai conseguir ameaçar o reinado do Demolidor?

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Blockbusters: as estreias de 2015

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Cinderela já achou o sapatinho de cristal. Toretto já se despediu do Brian. E os Vingadores já estão prontos para a Guerra Civil. Os três primeiros blockbusters do ano já arrecadaram, mundialmente, mais de 2,5 bilhões de dólares. E os números da indústria devem aumentar ainda mais, já que para o “cinema pipoca”, a temporada está apenas começando. Então confira o calendário com os grandes lançamentos de 2015 nas telonas. 

14/05 
Mad Max: Estrada da Fúria 


Depois de 30 anos, Max Rockatansky está de volta. O personagem que deu vida à carreira de Mel Gibson agora pertence a Tom Hardy (o Bane, de “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”), que tem a missão de fazer com que o público esqueça “Mad Max Além da Cúpula do Trovão” (1985). Aliás, a trama, que será dirigida pelo criador da franquia, George Miller, se passará pouco tempo após os eventos do terceiro filme. Fica a expectativa para ver como Max, ícone dos anos 80, será apresentado para a nova geração. 

Expectativa da estante: média 

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21/05 
Poltergeist - O Fenômeno 


Mais um clássico de terror dos anos 80 que ganha um remake. Não deu certo com Halloween, com Sexta-Feira 13, ou com A Hora do Pesadelo.E não acho que vai ser desta vez. Pode entreter por 90 minutos, mas depois deve ser esquecido. Ao contrário do original, que está na história. 

Expectativa da estante: baixa 

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28/05 
Terremoto: A Falha de San Andreas 


Mais um filme catástrofe. É aquela coisa que todo mundo já sabe como vai ser, já sabe como vai acabar, mas mesmo assim, leva multidões ao cinema. Até porque conta com o carisma de Dwayne “The Rock” Johnson. Também chama a atenção o fato do longa ser lançado um mês após o desastre na Ásia, que vitimou mais de 5 mil pessoas no Nepal e na Índia. A Warner não irá alterar a data de estreia, mas mudou a campanha de divulgação. 

Expectativa da estante: baixa

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04/06 
Tomorrowland - Terra do Amanhã 


Não, não é o evento de música eletrônica que foi realizado neste fim de semana. “Tomorrowland” é o novo filme da Disney, inspirado em uma das atrações do parque temático. Já deu certo com “Piratas do Caribe” e se depender do pessoal envolvido, deve ser mais uma bola dentro. A produção é dirigida pelo ótimo Brad Bird (“Os Incríveis”, “Ratatouille” e “Missão Impossível - Protocolo Fantasma”), escrita por Damon Lindelof (Lost) e com nomes como George Clooney e Hugh Laurie no elenco. 

Expectativa da estante: alta

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11/06 
Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros 


“Jurassic Park” é um dos principais filmes da história do cinema. Ajudou a definir o gênero blockbuster, seja pela ótima aventura ou pelos efeitos especiais, revolucionários para a época. Em uma época em que produções chegam a faturar mais de 1 bilhão de dólares, recomeçar a franquia dos dinossauros com nomes como Chris Pratt (o Peter Quill de “Guardiões da Galáxia”) e Vincent D’Onofrio (o Wilson Fisk da série do Demolidor) parece uma decisão acertada. A única dúvida é o inexperiente diretor Colin Trevorrow, mas Spielberg está na produção. Filme para ver em IMAX! 

Expectativa da estante: alta

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18/06 
Divertida Mente 


Pixar. Isso deveria ser suficiente para convencer você a ir ao cinema. Mas é Pixar com uma história nova, o que não acontecia desde 2012, com o controverso “Valente”. Para dar vida ao universo que habita a mente da menina Riley, John Lasseter chamou o diretor Pete Docter e o produtor Jonas Rivera, responsáveis pelo sucesso de “Up - Altas Aventuras” (2009). É a oportunidade do estúdio voltar a mostrar aquela magia clássica, que fez com que todo mundo suspirasse ao ver a luminária saltitante. 

Expectativa da estante: alta

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18/06 
Dragon Ball Z - O Renascimento de Freeza 


Pode não ser blockbuster. Mas Dragon Ball tem um público fiel, que promete não fazer feio nas bilheterias brasileiras. Tanto que desta vez, o filme é distribuído pela Fox, o que garante um número maior de salas para exibição. A história, como em todos os filmes de DB, é o que menos interessa. Vai ter luta aqui, luta ali, derrota, alguma transformação e a vitória. A vantagem, é que desta vez, o inimigo e o Freeza. E os dubladores originais estão garantidos. Ou seja, o poder da nostalgia vai ser de mais de oito mil

Expectativa da estante: média

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25/06 
Minions 


Os minions roubaram a cena no primeiro “Meu Malvado Favorito” e salvaram o segundo. Era óbvio que cedo ou tarde eles iriam ganhar um filme próprio, e a hora chegou. Os serezinhos amarelos têm tanto carisma, que o filme nem precisaria de roteiro para garantir uma boa bilheteria e vendas de brinquedos. Mas a Illumination Entertainment mandou bem ao criar uma história que se passa antes aos eventos da produção original. E com direito a Sandra Bullock para dar voz à supervilã da vez. 

Expectativa da estante: alta

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02/07 
O Exterminador do Futuro: Gênesis 


Tudo que eu escrevi acima, sobre “Jurassic Park”, vale para “O Exterminador do Futuro”. O primeiro é um clássico. O segundo é uma lenda. Os dois filmes sequentes não agradaram, então, nada melhor do que um reboot para recomeçar a história. E com direito a Schwarzenegger como o T-800 e a Khaleesi, ou melhor, Emilia Clarke como Sarah Connor. Expectativa de boas cenas de ação e ótimos efeitos especiais. Pena que os trailers já entregaram quase toda a história. 

Expectativa da estante: alta

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16/07 
Homem-Formiga 


Em 2014 ninguém sabia o que esperar de “Guardiões da Galáxia”. Deu no que deu. A expectativa da Marvel é repetir a história com “Homem-Formiga”, um dos heróis mais importantes dentro do universo da editora, mas quase desconhecido fora do círculo das HQs. Paul Rudd tem carisma suficiente para levar o filme, mas em todo o caso, Michael Douglas está no apoio. Quero ver como o personagem vai ser incluído no universo cinematográfico da Casa das Ideias, já que parece tudo pronto para a Guerra Civil, e o formigão não parece ter lugar na história. 

Expectativa da estante: alta

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16/07 
Cidades de Papel 


E para enfrentar “Homem-Formiga”, a Fox aposta em John Green. No ano passado, “A Culpa é das Estrelas”, outra adaptação do autor, arrecadou mais de 300 milhões de dólares mundialmente. Quem gostou do livro, vai aos cinemas. E tem quem não gostou, caso da minha esposa, que também está curiosa para ver o resultado final. Por isso, aposto em mais um sucesso de bilheteria. 

Expectativa da estante: baixa

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23/07 
Pixels 


O roteiro esbanja originalidade. Após o envio ao espaço de uma capsula do tempo com exemplos da cultura terrestre, o planeta é invadido por alienígenas pixelizados na forma de vídeo games, como Pac-Man e Donkey Kong. É daí que surge o problema. Para salvar a Terra, chama Adam Sandler. Eu sou fã do cara,mas faz tempo que ele não dá uma dentro. E para piorar, a direção é do limitado Chris Columbus, ou seja, não se pode esperar nenhum tipo de ousadia. Tem potencial para ser divertidíssimo. Mas corre o risco de ser uma bomba. 

Expectativa da estante: média

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06/08 
Quarteto Fantástico 


É a grande incógnita da temporada. Depois dos dois primeiros filmes do “Quarteto Fantástico”, ninguém colocou muita fé em uma produção. A seleção do elenco não inspirou confiança. Mas é nela que eu aposto. Miles Teller, Kate Mara, Jamie Bell e Michael B. Jordan são muito talentosos. O diretor Josh Trank também mostrou muita competência no seu filme de estreia, “Poder Sem Limites” (que tinha Jordan no elenco). Vale o voto de confiança! 

Expectativa da estante: alta

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13/08 
Missão Impossível 5 - Nação Secreta 


A única missão impossível aqui é não esperar mais do mesmo. Desde o segundo filme (já que o primeiro teve uma atmosfera mais séria), vemos o personagem de Tom Cruise vivendo todos os tipos de situações absurdas. Mas que funcionam muito bem na tela. É o tipo de produção para se divertir por duas horas e só lembrar que existe durante alguma reprise na televisão. 

Expectativa da estante: média

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27/08 
Ted 2 


Sou fã quase incondicional de “Family Guy”, por isso, é óbvio que eu quase morri de rir com o primeiro filme. E é isso que define se você deve assistir ou não a sequência. Não é o tipo de produção para qualquer um. Quem gosta do humor de Seth MacFarlane, certamente ficará satisfeito com o resultado. Quem não aprecia este tipo de comédia, deve passar longe. 

Expectativa da estante: alta

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17/09 
Maze Runner 2 - Prova de Fogo 



“Maze Runner” é o típico filme de nicho. Adaptação de obra literária. No primeiro episódio, foi mantido pela boa base de fãs (que garantiram uma bilheteria dez vezes maior do que o valor gasto na produção). Muitos outros conheceram a história apenas no cinema, e irão repetir a dose. Por isso, a expectativa da Fox é um retorno financeiro ainda maior. Quem não é fã, não vai ter nenhum problema em esperar o lançamento em home vídeo. 

Expectativa da estante: baixa 

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08/10 
Peter Pan 


Seguindo a linha atual das adaptações live-action dos clássicos infantis, “Peter Pan” também será reinventado. Mesmo assim, é mais um caso da história que todo mundo conhece e mesmo assim, lota os cinemas. Não no meu caso. É o tipo de filme que eu não pretendo ver nem no Blu-ray. Talvez, trocando de canal, pegando lá pela metade. 

Expectativa da estante: baixa

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05/11 
007 Contra SPECTRE 


Parece que foi ainda ontem aquela polêmica com a contratação de Daniel Craig para viver o novo James Bond. Mas já passaram dez anos. Nesse tempo, tivemos o ótimo “Cassino Royale”, o bom “Quantum of Solace” e o hit “Operação Skyfall”, primeiro filme da série a superar 1 bilhão de dólares em bilheteria. Com o sequência de Sam Mendes na direção e retorno de nomes como Ralph Fiennes, a produção promete, já que deve mergulhar na mitologia do personagem. Aguardando ansiosamente não apenas o filme, mas também a música tema, que desta vez será interpretada por Sam Smith. 

Expectativa da estante: alta

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19/11 
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 2 


Certamente, a adaptação literária mais aguardada do ano. O final da batalha de Katniss e da resistência contra a Capital deve levar uma multidão aos cinemas. Acredito que pode inclusive chegar ao clube do 1 bilhão (o filme anterior arrecadou 752 milhões de dólares). Eu sou um dos tantos que não gostou da primeira parte. Nesta mania de dividir os livros finais em duas partes, mais uma vez, a inicial foi arrastada e desinteressante. Mas isso aumenta ainda mais a expectativa por uma boa conclusão. 

Expectativa da estante: alta

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17/12 
Star Wars VII - O Despertar da Força 


Por último, mas não menos importante. Perdoem-me os fãs da Marvel, mas este é o grande blockbuster do ano. “O Despertar da Força” já era um sucesso garantido desde o momento em que foi anunciado. Continuação da trilogia clássica, com os personagens favoritos de todo mundo e sob a direção de um apaixonado como J.J. Abrams. Se as expectativas já eram grandes, ficaram ainda maiores após a divulgação do último trailer, no mês passado. Mais do que um filme, o lançamento do Episódio VII vai ser um evento! 

Expectativa da estante: alta

* Com colaboração do Cinemito

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